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Na Final, o Farrapos precisava ter sido o Farrapos

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FARRAPOS E-SPORTS - FINAL


 

Na Final, o Farrapos precisava ter sido o Farrapos


 

Muito pouco efetivo, para não dizer: nada efetivo.

Quando morre o coração de um time, ou seja, o meio de campo, morre todo o resto. No confronto que decidiu o título do Brasileiro série C, a meia cancha do Farrapos não passou nem perto de ser aquela de boa parte do campeonato, ou de outras apresentações que não dentro de uma competição oficial. O que caracteriza esse belo time do Farrapos é de fato a enorme capacidade de reação e claro, principalmente a capacidade de construção criativa.

Diante do Malakabadus, que também é um time muito bom, todo o meio foi comprometido pela forte marcação de linhas altas e um apagão dos principais nomes que atuam no time. As bolas alçadas em diagonal, os rompimentos de linhas adversárias, jogadas individuais, chutes a gol, nada disso se viu pelo lado do Farrapos que foi completamente envolvido pelo jogo do adversário, que tinha como objetivos claro segurar o máximo possível esse ponto forte. Bem, eles conseguiram. O Malakabadus segurou e rodou tanto a bola que o Farrapos não pôde quase nunca colocá-la no chão e trabalhá-la como gosta de fazer.

A proposta de jogar por uma bola deu certo e o 0 a 1 do primeiro jogo deixou o regulamento favorável ao time de fora, o pênalti marcado a favor do Malakabadus já aos 89’ do segundo tempo foi o primeiro banho frio do Farrapos. A necessidade de arrumar a casa e encontrar as jogadas que sempre funcionaram passaram a gritar para acontecer.


 
RS_Farrapos+RealityXP_SerieC_19

 

Da mesma forma que no primeiro jogo, o Farrapos começa desarrumado, parecendo pouco confiante nas execuções de jogadas, a bola não parou nos pés de Alemão e consequentemente os pontas não conseguiam infiltrar, e isso se refletiu em ter que voltar incessantemente para fazer coberturas de marcação, bem mais do que o normal. Aos 67’ na única jogada efetiva até ali, sai o gol de cabeça que seria a esperança de melhora, e sim, melhorou, porém, o Malakabadus foi muito, mas muito bem taticamente, esperando, rodando a bola, e lendo o regulamento enquanto jogava.

O Farrapos foi cozido lentamente nesses jogos, atraído pelos espaços deixados propositalmente e quando a luz parecia brilhar um lançamento maravilhoso que percorreu toda uma extensão do campo por cima, caiu nos pés do atacante adversário que pegando de bate-pronto mandou no alto e estampou uma bucha na parede. Isso aconteceu aos 88’ mais uma vez no apagar das luzes, e vejam bem, aos 90’, isso mesmo, aos 90’ numa jogada individual sacramentou-se o título do Malakabadus.

O Farrapos sofreu sem poder jogar o que sabe, na verdade não vimos as características entrarem em campo, isso significa que é necessário aprender a dominar também as táticas adversárias, adaptar-se, foi o que o Malakabadus fez.

Era preciso ser mais Farrapos do que nunca.


 
RS_Farrapos+RealityXP_SerieC_21

 

Por Mauricio Klippel


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