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Vencer X Insistir

Foi na ponta dos dedos
Abril 17, 2018
Novos treinadores, grandes treinadores
Abril 17, 2018
 

Num jogo tão feio taticamente, prevaleceu a insistência para dormir agarrado na orelhuda

Valia o título. Valia a disputa do mundial de clubes. Valia o reconhecimento como campeão da liga. Estou falando da disputa da final da Champions, onde dois, grandes feras nessa área brigaram como nunca, arrastando os olhares de quem acompanhou uma longa prorrogação até chegarem a um gol de ouro. Isso, se nada adiantasse no tempo normal teríamos o gol de ouro. E com dois times que de iguais só tinham o país de origem, não existiu ali a oportunidade de um futebol bonito, futebol jogado com bola no chão. De um lado um player profissional, o melhor do Brasil até então, Alan, do outro um iniciante e espirante a usar crachá de grande treinador pelas suas belas atuações em campeonatos de outras categorias de FIFA, João. E foi justamente o histórico dos dois que os levou a prolongar tanto o jogo, isso só prova que foram por si próprios estudados, e que cada falha seria fatal, o inicio do jogo já deixou claro, não haveria goleada.

O TOTENHAN de João começou agudo e empurrando o CHAELSEA de Alan para dentro do seu próprio campo. Corajosamente fez uma marcação altíssima, com o 4-2-3-1 que já era esperado para um jogo deste tamanho. E não bastando tudo isso ele não deixou Alan jogar no primeiro tempo, uma marcação homem a homem na base da correria seria seu ponto mais forte, ou seja, eu protejo, mas não consigo atacar direito. Nas linhas do CHAELSEA se via um time mais compacto atrás e que claramente depois que analisou a postura afobada do adversário resolveu ser cauteloso e buscar nos contra ataques seu gol, jogadas com Willian e Fàbregas rondaram a área quando teve chances, mas ainda assim era lento. Em alguns casos só o flanco direito era acionado. Óbvio, não existem assistências aqui, por isso tão é embolado, realmente é difícil.

A ansiedade já tinha tomado conta dos treinadores e isso era evidente, erros de passes absurdos e o famoso ‘’festival de balonismo’’ deixaram até o narrador atônito. Não havia necessidade de tantas ligações diretas sabendo que os dois times tinham jogadores que só jogam pelo chão, isso foi deixado de lado conforme o tempo foi passando, João tinha Lamella e Son, jogadores fundamentais para ele em outras partidas, mas ainda assim insistia em passes de profundidade do meio campo que, pararam no goleiro adversário, em jogos muito truncados é preciso ser mais frio, um contra ataque com jogadores rápidos como estes pelos lados seriam um estrago enorme, ele até tentou, mas telegrafava todas as jogadas na boca da área, retirar Lamella de campo foi um erro. Alan veio focado e mudou de figura, tomou conta e começou a analisar mais de perto, mas sim, sim, exatamente... ligações diretas. A prorrogação não foi nada diferente, eles queriam acabar logo. E não posso ser hipócrita aqui e não falar que tentaram, sim eles tentaram, chutaram muito, cabecearam também quando tiveram oportunidades, mas os destaques foram todos dos goleiros, que trabalharam e ganharam hora extra. No fim das contas um erro defensivo matou o jogo, levar todo o time a frente compromete o sistema defensivo, e uma bela bola enfiada por entre as linhas do CHAELSEA (pelas costas), garantiu uma pancada de AURIER de frente para a meta. Não havia mais chances.

O campeão estava decidido, o menino João venceu na insistência. Agora disputa em Abu Dhabi o mundial. Com a ressalva de que lá não é tradição soltar balões em campo.

Mauricio Klippel


 
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