Só acaba quando termina

Projetamos muitas coisas durante uma corrida, mas é antes dela que saímos com mais risco de errar, quase sempre as coisas se apresentam muito cruas, e é assim mesmo que funciona, dentro da minha profissão se estuda e se analisa, e esta mesma projeção, vem através do tempo, sobre um longo período de análises para com os pilotos, ou melhor, sobre seus desempenhos. A mim pouco, ou nada importa o que são, ou fazem fora da pista, mas dentro, é 100% comigo. Cada qual em sua posição, eles na de piloto, eu na de jornalista. Entre análises, erros, e acertos, entramos de cabeça na etapa 13 do Hardcore, Bélgica e suas intermináveis surpresas. Romais fora precocemente, deixando Lucas Yan cada vez mais dentro.

Eduardo Sá com a prova na mão depois de largar com a Mercedes em 19º vinha para fazer um resultado absolutamente grande, não conseguiu cumprir o feito, ao que me parece o retardatário que vinha ali a sua frente desacelera num ponto crucial e de alta velocidade, automaticamente Sá também freia, e vai parar com o carro na proteção de pneus. Fim da Linha, primeira vitória adiada para outra ocasião.

Foram inúmeras corridas vendo e analisando as performances de Vinícius Abel, até aqui seu melhor resultado havia sido um 4º lugar em Mônaco, não é ruim, e também nem bom, justamente pelo tanto que ouvi falar de suas pilotagens. Hoje, de Ferrari, ele estava no lugar certo, na hora certa, fez por merecer na hora de impor um ritmo forte já na largada. Liderou desta forma uma enorme parte da prova, e contou com a desgraça de Xicão. Veja bem, ele largou em 5º, Eduardo em 19º, na hora da briga Eduardo passou como quis, não houve reação, saiu do fim para o começo, e a vantagem na teoria deveria ser maior, no quesito tempo a favor de Abel.

Não estou tirando méritos de quem venceu e venceu bem. Mas dava para ter feito mais, anteriormente para estar acima de uma 6º colocação geral. Em dois anos escrevendo para a Reality já vi muita gente vencer ou chegar em pódio com carros ruins. Quem se coloca num alto patamar é visado sempre, é muito mais cobrado e questionado sobre seus desempenhos. A vida competição é assim, alto nível, cobrança alta. Já adianto que picuinha não gera efeito algum sobre mim, muito pelo contrário, me deixa feliz, porque sei que o que eu digo ou escrevo incomoda de alguma forma.

A partir daqui deve-se buscar o que poucos conseguem, que é continuar vencendo, ou bons resultados em sequência, ele tem condições de sobra para isso, mostrou para mim e para todos que assistiram. O fato da vitória não pode ser isolado, é preciso manter para subir na tabela e provar a quem quer que seja que constância não é um problema. Gabriel Silva descreveu e bem seu 2º lugar, com: ‘’aproveitei bem as oportunidades’’, depois de tanto tentar e tentar desta vez seu melhor resultado chegou. É preciso estar atento, ligado, e ele estava, assim Fábio Quadrado que com experiência colocou a Haas em 3º. Henrique substituiu Rafinha, começou bem, mas a internet atirou às traças qualquer chance de permanecer vivo. Só acaba quando termina, assim é a F1.

Mauricio Klippel

Classificação:

Resultado:

Pilotos que não completaram a prova: