Você deve estar pensando: deve ser fácil pilotar aqueles carros, afinal, é só um jogo. E se ainda não pensou, vai pensar. Mas, vai cair logo do encantamento, porque não tem absolutamente nada de fácil, e pior, o psicológico também pesa, existe uma vontade muito grande de fazer uma boa corrida por parte deles, e também há um campeonato sendo disputado, e aqui nesta modalidade onde o tiro é curto, ou seja, corrida 50%, e os carros são os clássicos, de épocas distintas a pressão só aumenta, não pela história do carro, mas pelas suas configurações.
Na noite de hoje a Williams de 1996 foi a escolhida, com um motor Reanault V10 e com poucos aparatos aerodinâmicos, era mais um ''bruto'' que teria de ser levado no braço, na força dos pilotos. Numa boa largada eles demoraram um pouco até se distanciarem um do outro, na verdade isso quase não aconteceu, e o fato de o carro se mostrar bem firme na pista, apesar dos setups serem diferentes, ajudou e muito aqueles que teimaram em visitar a caixa de brita da Espanha. Uma pista realmente boa para aquele tipo de configuração, permite que se ande sem medo. E sem medo foi Rodrigo Trindade, que largou na pole, e liderou de ponta a ponta, sua briga foi mais com os pneus, do que com qualquer outra coisa, ele aproveitou a potência do motor Renault e se mandou, mesmo nas últimas voltas onde seus compostos já estavam bem judiados ele tirou o pé, teve frieza e não parou, cruzou soberano a linha de chegada.
Saque aquele tal de Rafinha?, pois é, ele veio para incomodar mesmo!, claro, no bom sentido da coisa ele é abusado, não fica para trás dos mais velhos e mostra muita personalidade na pista. Hoje a melhor briga foi entre ele e Bernardo, que mais experiente sofreu um bocado até chegar no menino, foi uma aula de defesa e braço firme, quando conseguiu ultrapassar uma punição o empurrou para a 5º posição, e o menino Rafinha ficou a um passo do pódio. Fernando Muniz também perdeu a posição, mas desta vez foi o 2º lugar, punição?, exato, e um grande parabéns a Paulo Felipe, o homem da tribo de JAH fez sua melhor corrida e cravou uma boa evolução, desta vez foi constante e sem erros.
Erros e abandonos acontecem, não existe maneira de evitar na grande maioria das vezes, e no meio on-line é bem pior, justamente por não depender do piloto. Outras vezes como no caso de Diego e JVC, foram por parte deles, infelizmente. Diego perdeu uma parte do bico, ai num modelo de carro assim, se perde quase tudo, teve que segurar um meio de pelotão. E JVC brigou com a inconstância, não manteve um padrão e foi na onda do Brasil, ficou sem gasolina, mas mesmo assim esperamos que revertam estas situações e voltem a brigar mais acima.
Clássico é sempre clássico, e aqui fica melhor ainda.
Mauricio Klippel