Vencer é bom não é? E voltar a vencer então, nem se fala. Ainda mais quando o piloto em questão é aquele que carrega consigo o número 1, que representa sempre o melhor, e que já há algum tempo não cruzava a linha de chegada com destino ao lugar mais alto do pódio. Em Interlagos no 100% uma desatenção o tirou a vitória faltando muito pouco, e a pressão que já não era pouca só aumentaria, vencer acabou se tornando mais do que pontuar no campeonato, e mais do que uma bandeirada, o caso agora era pessoal. O ego do professor estava meio abalado, para baixo e sem muito ânimo, mas nada que uma boa dose de atenção redobrada e um carro ruim de guiar não tragam de volta. Abuh Dhabi é um circuito muito técnico, que trava bastante, mas mesmo assim possui pontos de ultrapassagens e um segundo setor bem rápido. No contexto todo estaria o MP4-13 de Mikka Häikkinen, um veloz V10 cheio de surpresas e abandonos a tiracolo.
Pois bem, a volta de qualificação muito baixa de Rodrigo já era um forte indício de que não iria dar colher de chá a nenhum oponente desta vez, e seria preciso remar muito para acompanhar o ritmo forte na pista que já é sua marca registrada. Ninguém chegou perto depois do fim das primeiras voltas, a distância aumentou e as marcas de tempo foram dignas das suas pilotagens de outrora, imbatível e sem piscar ele sai em 1º e chega em 1º. A prova num todo não nos proporcionou brigas de encher os olhos e perder o fôlego, mas para compensar, os abandonos foram muitos. Principalmente nessa categoria, não treinar é praticamente fatal, os carros são muito diferentes dos habituais modernos desde o parafuso, então imagine a aerodinâmica, motor, desgaste e tudo o mais, realmente é preciso entrar mais no esquema dos lendários se quiser fazer diferente.
Northon Motta ganha um destaque especial pela bela prova que fez, e em mais uma oportunidade a boa pilotagem se aliou ao oportunismo. Sim, ele aproveitou dois erros para chegar em 4º, o principal cometido por Ramon Lima, que vinha muito bem como sempre, e nos últimos metros ele pressionou Northon de forma inconsequente até ele próprio perder o carro, bater e rodar, e mais além, tentou acabar de ré. Nestas horas o importante é fazer o máximo de pontos possíveis e deixar a competitividade exagerada dormir fora do carro, por pouco um abandono maior não acontece. Não era necessário e ele acaba deixando bons pontos de lado. Enfim, temos de volta um Rodrigo Trindade com moral outra vez, e agora vai em busca da vitória no 100%, com mais vontade do que nunca, porque afinal, é professor como sempre.
Mauricio Klippel
MCLAREN MP4 - 13
RAFAEL IRINEU, FERNANDO MUNIZ, LUCAS ARAÚJO, GABRIEL ROMAIS, HERBERT VIANA E MAYCON SANTOS NÃO COMPARECERAM NA PROVA.
Resultado:
Pilotos que não completaram: