De um lado: Alexandre Apetitti, de outro: Lauro Roberto. Dois técnicos enjoados de encarar justamente pelos seus conhecimentos de FIFA e títulos conquistados por aqui. São acima de tudo audaciosos na hora de montar um time e colocá-lo em campo, principalmente por não gostarem nem um pouco de jogar atrás. Mas o que pode acontecer quando os dois times jogando atacando? Ora, sete gols e muito, mas muito dinamismo, é correria para ninguém ousar em colocar defeito.
Quando você entrevista esses caras como eu fiz, passa a ter noção de como eles pensam futebol, de como gostam de aplicar aquilo que pensam e principalmente: está muito longe de ser apenas um jogo, ou indo mais além, está muito distante de ser uma brincadeira de "joystick x joystick", nada disso, isso aqui é Libertadores! e é coisa séria. Os dois gostam de partes táticas, mas aqui somente Lauro tinha o time original, o Colon era o mesmo, já o Palmeiras de Alexandre por falta de licenciamento do time ao FIFA era todo genérico, com jogadores dos mais variados cantos, uma pena, o espetáculo nos games com os brasileiros sempre ganha ares diferentes. Pensando nisso, os esquemas dos times foram espelhados, sempre à frente e buscando fazer gols.
É verdade que saíram muitos, e saíram muito cedo inclusive. Porém isso nem sempre é bom, mas onde estão pontos negativos? Para quem assiste é excelente, um espetáculo e tanto, muitos gols, times dinâmicos e um narrador enlouquecido, bem, eles param por aí. Eles vão continuar disputando campeonatos pela Liga, e por isso mesmo precisam saber que fazer gols é importante, mas antes disso, é mais importante não tomar. Lauro é veterano assim como Alexandre, tem personalidade e quase sempre arma bem seus time, aqui fez quatro gols, perfeito, mas tomou três o que é inadmissível. Contra um time mais forte, ou mais retrancado esses quatro gols não sairiam, ele contou também com a sorte de Alexandre ver o jogo da mesma forma que ele, ou seja, muito agudo, mas muito aberto.
Lauro é um técnico muito talentoso, gente boa e alguém que sabe ouvir, já acumula quatro títulos, e isso não acontece a toa, ele se dedica em montar um bom time independente de quem seja, vai sempre até seu máximo. A estante está ficando cheia, e para os outros treinadores que pensam que futebol se faz somente nas quatro linhas está enganado, assim como FIFA também não acontece só com o "joystick" na mão é preciso analisar o todo, sair feliz, triste, irritado e cheio de adrenalina, mas porém pronto para a próxima, assim é o Lauro, e assim é a Libertadores.
Mauricio Klippel