Iran, e suas cartas mágicas

MUNDIAL F1 DRACO - ETAPA 03 - GRANDE PRÊMIO DA ESPANHA - SEASON 03

Iran, e suas cartas mágicas

No baralho de Iran existem várias cartas diferentes, e dali saem coisas extraordinárias quando ele decide que precisa mostrar serviço. Um engenheiro de mão cheia, e um piloto em ascensão, Felinto tem altos e baixos como qualquer um, mas ele tende a surpreender quando ninguém está prestando atenção na sua pilotagem, e uma das coisas que mais me chama a atenção nesse seu jeito é a sua tranquilidade/paciência, que se estende em todos os pontos que pude observar: nas explicações, nos comentários, no estilo da sua tocada, e como alguém que auxilia outros pilotos. Espanha, 08 de março, vitória grandiosa de Iran, mas...

Mas e a regularidade? Tem algo que a sua paciência atrapalha, e é justamente a regularidade, como se ele não quisesse arriscar mesmo sabendo que pode. E sim, hoje ele pode. E não há jeito de que seja campeão de um mundial sem regularidade, do contrário são só vitórias isoladas, grandes vitórias é verdade! Porém, não dão um caneco.

Salviano beliscou a vitória, Muzinho também, Spudnick e Tony quase chegaram lá, e o velho sobe e desce foi outra vez um dos pontos altos da prova, claro, nos proporcionou várias brigas ótimas e entre elas surgiu um gás do campeão Tony Peterson que há muito estava sumido, e é sempre bom ver a galera da elite andando na frente e disputando, ou melhor, mostrando o que sabem fazer. O bom desses pilotos é que eles sabem que não existe uma terra arrasada, como é o caso de Thiago Arengue que não consegue se manter à frente, mas conhece o caminho dos ajustes.

Iran foi muito cirúrgico na pista espanhola, no momento certo ele executou as duas paradas, foi muito rápido e preciso para passar Spudnick, e abrir mais de 13s de diferença. E eu não poderia esquecer é claro da ultrapassagem dupla que fez, logo em seguida pulando para a 1ª posição, tudo isso em uma volta. E eu torno a mencionar: para que ele siga brigando a frente, precisa incluir no seu baralho a carta da regularidade. Arengue e Tony, por exemplo, só foram campeões porque junto das belas apresentações existiu também uma regularidade enorme.

Ainda temos Airton, com duas vitórias seguidas, alguém de bastante gabarito e que sabe onde pisar, mesmo que não tenha ido tão bem na Espanha nós já vimos o que ele deve entregar na maior parte do campeonato. São vários os que podem erguer a taça, inclusive o próprio Iran, e se tratando especificamente dele, vai ter que tirar suas cartas boas mais vezes.