Improvável, porém possível

MUNDIAL F2 PROFESSIONAL ORION - ETAPA 17 (CORRIDA PRINCIPAL E SPRINT) - GRANDE PRÊMIO DA AUSTRÁLIA - SEASON 02

Improvável, porém possível

Se tem bambu, tem flecha. Já dizia aquele velho ditado, o que significa que enquanto existirem possibilidades de reversão, não se deve desistir. Há muito eu venho colocando em minhas palavras que Tiago e Sandro disputam o título de maneira isolada, isso porque tanto Fayol quanto Gerson, mesmo sendo ótimos pilotos, ainda carregam a inconsistência de bons resultados nas costas, algo que Tiago raramente faz, e que Sandro mesmo não sendo tão perene ainda consegue manter. Se o próprio Sandro não tivesse tropeçado em alguns momentos de veras decisivo, as coisas seriam diferentes, ou melhor, a corda não estaria tão esticada e os resultados paralelos de Tiago não o influenciariam diretamente.

Bem, não ser o campeão diminui o ano de Sandro principalmente na F2? Não, claro que não, a sua evolução gritante é o maior prêmio de todos, Sandro andou como nunca, mas acabou sendo furado pelas próprias arestas mal aparadas. O que tornou mais esperançosa a sua vida para a última etapa, foi justamente o desempenho fraco de Tiago em Melbourne, sim, foi muito abaixo do que estamos acostumados a ver justamente por algumas coisinhas desencaixadas que o jogaram para a parte de trás do grid, a recuperação não foi tão boa, e no mano a mano tanto Gerson, quanto Fayol foram melhores, e aí não importa estratégia, a noite não foi legal mesmo com o pódio na sprint. É improvável o título de Sandro? É, mas não impossível, a missão de ser impecável em Abu Dhabi está aberta, porém é que Tiago é um piloto fino que sabe onde precisa corrigir e seu ano é maravilhoso.

Essa pode ser a prova da vida de Sandro.

Fayol venceu a primeira parte e Gerson a segunda. Veja bem: a melhora substancial veio quando já era tarde para disputar o título, e como seria bom ver estes dois mantendo os resultados e mais do que isso, os desempenhos altíssimos e quem sabe enquadrando um quatrilho na busca pela taça. Gerson é o homem do impossível, Fayol, o ‘’invisível’’ que quando quer é visto por todos. São dois pilotos de calibre, de verdade, caras que conseguiram ser melhores que eles próprios com o passar dos anos. Fayol vem vencendo provas, mas não pode ser décimo na seguinte, por exemplo. É necessário fincar os pés na evolução e quem sabe se levar mais a sério.

Quase a mesma coisa acontece com Bolha, NÃO TEM COMO SER CAMPEÃO ANDANDO DE GANGORRA. Gerson é muito, mas muito rápido, vence provas que muitas vezes ninguém imagina que ele vá chegar, perceba, ele encerrou a sprint 14s a frente de Tiago Luz, o líder do campeonato e dono de um ano sensacional. Gerson só não venceu a primeira parte por conta das punições em excesso porque da mesma forma foi excelente.

No meio desse bolo, quem sabe Sandro assusta Tiago no improvável. Em 2022 quem sabe Gerson e Fayol irão disputar um título. Para uma ou para outra situação, vale o mesmo: se tem bambu, tem flecha.