Duelo de gigantes

Monza. Prova rápida e rasteira. Circuito de retas longas e curvas de alta, o que exige um alto desempenho do piloto e claro, do carro. Setup agressivo aqui não é nenhum exagero. O que também não é exagero, é o campeonato que estamos presenciando nesta categoria da qual escrevo agora, o do Playstation 4. Absolutamente fantástico desde a primeira corrida, da qual me recordo ter escrito o quão quente tinha começado, e de fato, não esfriou em nenhum momento. Os pilotos daqui quando colocam seus capacetes não são nada além de competidores, o que é o necessário para um bom campeonato. Os problemas ficam de lado por algumas horas, e o virtual se torna real quando o giro do motor sobe.

Não há nada mais emocionante para aqueles que acompanham e disputam algo do que ver as coisas embaralhadas, sem decisões prematuras, antecipadas. Infelizmente, às vezes meio a contragosto elas acontecem. Felizmente, aqui elas serão decididas na última etapa. Poucas vezes vimos dois pilotos tão agressivos e sedentos por um título, pois bem, aqui temos esses dois: Salviano e Mauro, sim, os monstros citados à cima são eles. Se digladiando desde o primeiro acender de luzes na Hungria, eles agora encerraram uma temporada com chances para ambos os lados. Um duelo incrível e absurdamente respeitador foi visto em Monza.

Já de cara, na largada Salviano segura um pelotão inteiro, será que o rei da chuva seria também o rei do seco? Mauro é alguém de muito respeito, mas deixa de lado a cautela na hora da briga, e dentro da pista as coisas bem diferentes. Foram 27 voltas de uma batalha de gigantes quase que de forma literal, afinal, são os postulantes a levantar o caneco. Briga de estratégia, sobre quem anteciparia a parada, sobre que compostos colocariam e quanto tempo eles iriam durar. Salviano faz mágica na hora de poupar os pneus, e Mauro não desgrudou dele nem para respirar longe do ‘’ar sujo’’. A bem da verdade ele passou Salviano, mas estava de pneus lentos demais para resistir, o composto branco não é um entregador de voltas rápidas, então, o composto amarelo do piloto da Sauber falou bem mais alto no fim da prova.

As disputas por títulos deveriam ser sempre assim, decididas no final, com emoção até os dentes. Mas não devo chorar de barriga cheia, afinal, foi um absurdo o que fizeram nesta noite. Mauro venceu quatro seguidas, e Salviano três, não foi pouca coisa. Eu não posso, e nem devo me esquecer de ressaltar dois pilotos: Ricardo e Endriw, o segundo bateu é verdade, mas é um piloto de mão cheia, e o Ricardo, bom, basta ver o que fez hoje e como evoluiu. Ele não se preocupa com os outros, e sim em ser melhor que ele próprio. Fizeram por merecer o feito da noite. Que venha o encerramento, e o campeão, nada melhor que Silverstone para coroar o futuro rei do PS4.

Mauricio Klippel