Rodrigo continua dando aula e fazendo cada vez mais, jus ao apelido herdado na temporada: O "Professor". A alcunha, obviamente não chegou a ele sem motivos, mas mesmo assim, e com uma superioridade ainda bem elevada em relação aos seus companheiros de prova, nota-se que, de tanto ensinar, os demais alunos têm aprendido com êxito as artimanhas do mestre do hardcore. Existe uma evolução em todos que andam com ele, isso é um reflexo positivo que o mesmo produz ao inspirar a grande maioria a pilotar sem assistências tão bem quanto ele. Chegará uma hora, em que muitos estarão no mesmo nível, salvo claro, se treinarem para isso. As coisas pendem para o lado das mudanças, e mesmo vencendo hoje de ponta a ponta, nota-se, que elas já chegaram.
É claro como o dia que, ele conhece a maioria das pistas como poucos. Não seria a Espanha que faria ele deixar o perfeccionismo de lado. Porém, Maycon Santos entrou na corrida com ânimo de vencedor, e não desistiu de brigar pela primeira colocação antes de saber que realmente não chegaria mais nem com outro carro empurrando. É um fato que me deixa muito contente, ver a sua consistência e domínio do próprio carro. Isso, muito mais do qualquer coisa já é algo de se tirar o chapéu, a partir do momento em que o piloto já é capaz de fazer isso, ele já começa a ser constante, e no meio disso tudo, chegou a fazer frente a Rodrigo Trindade, que seja assim na grande maioria das etapas. Pelo menos é o que eu espero quando o campeonato chegar e tudo estiver valendo.
Sobre corridas de recuperação e desafios aos pilotos, quem fez isso de uma maneira espetacular hoje, foi Vinícius Sena. Sem dúvida alguma tem sido aquele piloto que, quando entra, vem, e faz bonito. Em pouquíssimas voltas ele já tinha conseguido subir dez posições. Com algumas ultrapassagens realizadas de forma a nem sequer tomar conhecimento de quem vinha à sua frente. Chegou em quinto, e muito bem diga-se de passagem. Tem tudo para colocar muita lenha nessa fogueira que já é grande o suficiente só por ser hardcore. O circuito espanhol é um "mistão", cheio de curvas de alta e baixa, retas grandes e que necessitam de um setup muito bem preparado. Perder desempenho lá é bem fácil, e no hardcore, a dificuldade dobra.
Alguns pilotos como Thiago Mambretti por exemplo, tem estado muito abaixo do que sabemos que podem render, é mais do que uma obrigação que voltem a estar entre as cabeças principais, justamente pelo conhecimento que estes têm sobre a F1 como um todo. Mesmo sendo só um teste, é bom aproveitar, aprender e reparar os erros. Poucos andam com um professor na pista, é hora de fazer o caçador virar a caça.
Mauricio Klippel