MUNDIAL F1 ORION - ETAPA 03 - GRANDE PRÊMIO DA ESPANHA - SEASON 03
Do inferno ao céu em 66 voltas
Não podemos tentar prever o futuro em nosso exercício diário usando a palavra, uma escapada e pagaremos para sempre. Profissão maravilhosa esta a de escrever, mas expresse nelas um só ato de extremismo, egocentrismo e achismo, que muito em breve pararemos no pior dos “ismos”: o amadorismo.
A linha entre acerto e erro é muito tênue, mesmo que estejamos falando de opinião e tendo a certeza de que cada um tem a sua, palavras mal colocadas tiram o crédito de qualquer opinador. Estou falando tudo isso para explicar a corrida e o momento de Gerson Bolha, o que se reflete também em todos os outros.
O acompanho há muito tempo, pude ver muitos altos e baixos, e em algum momento passado foram praticamente só baixos, bom, ele evoluiu bastante. Mesmo assim, suas duas primeiras provas no Mundial Orion foram desastrosas, ou seja, sem completar nenhuma, sendo em uma delas desclassificado. Veja bem, eu poderia chegar aqui e dizer: “não há mais jeito”, porque antes de a prova começar ocupava o 22º lugar na tabela. E ontem na Espanha ele simplesmente reverteu todo o cenário negativo, usou incrivelmente o fator carro, superou um começo que poderia levá-lo para mais um possível abandono depois de largar em último e venceu a prova!
Não resta dúvidas que este foi o melhor momento para que desse a volta por cima, é começo de campeonato, e a pontuação de vencedor lhe jogará no teto. Isso significa mais moral e gás para continuar na briga pelo caneco que, hoje pode sim chegar até ele.
As largadas têm sido estranhas, os pole não mantêm a ponta por vários motivos, há uma troca frenética de quem está na liderança e na parte de baixo tudo acontece. Isso só mostra cada vez mais evolução e nivelamento. Chegará um tempo em que Orion, Draco e Pagasus terão praticamente o mesmo nível de piloto, com exceção da Fênix onde só correm alienígenas.
Fechando o parênteses, a estratégia de Gerson foi primordial, claro, ele voou baixo a prova inteira, como eu disse: largar em último, parar precocemente, colocar amarelos e andar 37 voltas com ele, subir um grid inteiro no braço com perda de performance e tudo, parar novamente, arrebentar volta atrás de volta com vermelhos, abrir as punições, confirmar mais uma troca e ainda voltar 6 segundos a frente, precisa estar num dia inspirado, principalmente porque tinha Constantino, um dos grandes destaques de 2020 e Claudio Paulo andando muito também, ali no seu encalço averiguando suas punições.
Foi demais a corrida de Gerson, aliás, o pódio foi excelente. Wesley pilotou muito e Cláudio poderia até ter vencido não fossem alguns retardatários, porque no fim da prova ele era mais rápido que Bolha e as punições poderiam falar mais alto.
Contudo, foi mais do que justa a vitória, do céu ao inferno em literalmente 66 voltas. É a F1 e suas surpresas que levantam pilotos e matam colunistas.
CLASSIFICAÇÃO:
RESULTADO:
Piloto destaque:
Piloto da corrida:
Não terminaram
Por Mauricio Klippel