MUNDIAL F1 PROFESSIONAL ORION - ETAPA 19 - GRANDE PRÊMIO DA AUSTRÁLIA - SEASON 02
De Alan, para Alan
Foi apoteótico o título de Alan Daniel, e muito embora seus principais adversários Feliphe e Tiago estivessem tão vivos quanto ele, talvez não em números mas sim em vontade, em um olhar mais profundo percebemos um merecimento que ia além do piloto e aparecia no homem. Para uma enorme maioria isso não significa nada, mas para quem precisou quase abandonar o A.V. por problemas pessoais, para alguém que ama pilotar as pistas virtuais e sabe de todo o potencial que têm, retornar e se tornar Campeão Mundial num grid absurdamente difícil, com gente de calibre e que é culpada diretamente pela sua qualidade, isso significa a coroação de uma construção, de um trabalho, e de um recomeço extremamente sólido.
As combinações de resultados poderiam lhe tirar a chance de erguer a taça em Melbourne, claro, seria um tanto difícil, afinal de contas a Red Bull precisaria de resultados muito positivos, enquanto Alan poderia “apenas” se manter entre os sete melhores ao cruzar a bandeira final. E vejam só, por alguns momentos as coisas se desenhavam mesmo para a decisão na última prova. A junção das pole positions mágicas de Feliphe, suas largadas excelentes e toda a força igualitária de Tiago Luz se uniram no apagar das luzes vermelhas na Austrália, obviamente que segurar a dupla da Red Bull não é nada simples e eles sabem disso. O grande porém ficou mesmo nas mãos do acaso, que por melhor que seja o piloto ele nunca consegue prever.
Alan teve sim alguns pequenos infortúnios durante a prova, como perder muitas posições e ver Feliphe e Tiago na ponta quando ele próprio já havio sido líder da mesma, sabendo que precisava chegar o mais perto possível e carregar nas costas a pressão de um ano inteiro em que ele deu o sangue para manter a liderança do campeonato, claro, ele brigou também consigo mesmo e medo de não conseguir, foi subindo, prestando atenção no que fazer durante os carros de segurança e sentindo até um certo alívio (não no sentido ruim da palavra) quando Tocaia bateu em Feliphe e o tirou da corrida de maneira amadora.
Luz tem a terrível pista australiana, cheia de percalços, como a sua preferida, tanto que colocou na mochila a vontade de Feliphe junto da sua, a perícia e a preferência e venceu de maneira brilhante com a equipe puxada a reboque, não foi o suficiente para empurrar o título individual para Abu Dhabi, mas nos mostrou como um piloto de categoria se porta.
Ser Campeão Mundial foi a cereja no bolo de um piloto que já fazia parte da elite pelo campeonato absurdo que fez, começando com um carro inferior, buscando resultados um a um, subindo o sarrafo a cada etapa, construindo uma mente poderosa junto do próprio Tiago o que formou umas das melhores rivalidades que a Reality já viu, não só pela qualidade mas também pela mentalidade sólida e pés no chão de ambos. Alan é um cara “muito camisa”, ele é sanguíneo, ele sente as provas na veia, e esse campeonato nos mostrou um piloto grandioso, que vê a importância da equipe, como a de seu parceiro Tássio e de Tony como engenheiro. O título de Alan começou quando ele disse que daria o seu melhor para agradecer a oportunidade de estar na Mercedes, quando superou problemas pessoais e físicos para estar na pista e ser um gigante em tudo o que demonstrou. Ele precisa permanecer assim, ser exemplo, foi um ano incrível. Foi um título de Alan, para Alan.
CLASSIFICAÇÃO:
RESULTADO:
Piloto destaque:
Piloto da corrida:
Não terminaram
Por Mauricio Klippel