Nunca escondi, não sou a favor de stints longos de pneus. O que pode acontecer de ruim, é muito maior do que o que pode ser bom. Não é uma regra, e não necessariamente as coisas podem dar errado porque você resolveu não entrar nos boxes. É mais arriscado? Com certeza é, mas, são dias e dias, e talvez hoje fosse aquele que Fernando Muniz escolheu para brilhar. A confiança já vinha ao seu lado tem muito tempo. Carro perfeito, estratégia perfeita, chegou então a hora de vencer. Não é certo colocar esta, como a maior vitória de todas e nem sendo a que dará o título a ele, mas vale como a coroação de um grande salto evolutivo na volta de um ótimo piloto. Seu grande rival da noite era Eraldo, que nem de longe vende barato uma posição, e só para de brigar quando vê que não vale mais a pena, então, o páreo seria duríssimo, inclusive porque largaria na pole e ambos estavam estariam de Ferrari. Aliás, Muniz só passa Eraldo quando a chuva chega, mesmo estando tão perto a possibilidade de passar não aparecia, e é aí que a chuva dá as caras, e o pneu intermediário atua no limite na estratégia de Fernando. São inúmeras voltas sem parar, sendo corajoso ao escolher permanecer na pista quando um Eraldo furioso vinha na sua cola com pneus novinhos. Foram os intermediários até parar a chuva, rendimento excelente, e braço para cruzar a linha.
Trocando de vermelho para azul, as Red Bulls de Henrique e Ramon foram mais do que espetaculares, foram de outro mundo e a grande maioria da prova foi tomada com a fenomenal disputa entre estes dois meninos que andam uma Babilônia. O futuro está aqui, bem na nossa frente, enquanto os veteranos cheios de vícios reclamam e andam mal, os meninos crescem e ganham cada vez mais espaço. Só um imbecil não vê o quanto eles evoluíram e como serão os nomes das próximas temporadas, eles se descobriram, e a personalidade decisiva é só o começo. Voltas e mais voltas de Ramon x Henrique e Henrique x Ramon, trocas de posições frenéticas e o respeito que lá atrás não víamos dos mais novos, hoje potencializa e deixa cada vez mais claro para mim onde eles querem chegar. Adotaram a regularidade como peça chave para o crescimento. Meu raciocínio se encerra onde começou, com Fernando Muniz encontrando de uma vez por todas a vitória, que é fruto de uma pilotagem levada a sério, de uma estratégia adotada na hora ‘’H’’, e de alguém que almeja mais que só andar de ‘’carrinho bom’’. Henrique e Ramon, ontem, primeira vitória, liderança por consistência, hoje um futuro que se abre. Foi apenas a ponta do iceberg.
Mauricio Klippel
Carros e posições escolhidos através de LEILÃO.
Classificação:
Resultado:
Pilotos que não completaram a prova: