Constância e Consistência

Não é todo dia que acontece de alguém ser campeão de algo sem sequer ter vencido. Neste caso em específico foram apenas cinco etapas, nem precisou mais. É lógico que alguns ainda tinham chances, mas quando você depende de resultados matemáticos, é obrigado a contar mais com o azar do outro do que com a própria competência, aliás, a competência já era para ter sido mostrada antes, teve tempo, não adianta agora virar o santo de cabeça para baixo. Leonardo Mautes é incansavelmente o piloto mais constante e consistente de toda a Reality XP, por hora não existe outro igual. De tanto bater na chata tecla destas palavras, alguém entendeu, e descobriu que é um caminho. Todo o piloto quer vencer, óbvio, mas ter resultados concretos e regulares durante um longo período de tempo pode ser a chave da vitória, mesmo sem vitória. Abandono na primeira, 3º na segunda, 2º na terceira, 4º na quarta e 2º na quinta, quer dizer, ficaram 147 pontos contra 138 de Roberto Rocha, que foi é claro, bem pior.

Não menos importante está o título de construtores, algo que tem movimentado os campeonatos desde que este tipo foi implantado. A HAASPOINT, equipe vencedora também é a de Leo, junto com Márcio Henrique e Pedro Severo, sendo este último da Force India. Todos tiveram desempenhos regulares ao longo do curtíssimo espaço, Márcio um pouco mais que Pedro, o fato é que sendo curto ou longo, os resultados precisam vir de maneira sólida, não é apenas um piloto que faz uma equipe vencer, mas todos. Claro o entendimento entre eles manda muito quando se fala de entrosamento, com certeza se ajudavam e conversavam, nada mal não é? Um piloto campeão, e a equipe na ponta dos construtores.

Enfim, o campeão foi campeão sem vencer, não precisou, é perene, se mantém em equilíbrio, e não foi só aqui, mas em todos os campeonatos que participa. Não se envolve em discussões, fala pouco, e quando parece que já deu por aquele momento, ele continua, vai subindo, subindo e subindo sem desistir, até ter a inteligência de ficar ou subir mais, nunca regredir. É como comparar bandas: Aqueles que gostam do que fazem, trabalham, evoluem, e mesmo que o tempo passe elas continuam, o show já não é tão caro e nem vai tanta gente, mas a qualidade é a mesma, não o vemos na lama. Enquanto os meteóricos atingem picos, e só, nunca mais. A de se pensar.

Mauricio Klippel