Calma. O segredo para a vitória

Assistência ligada, chutes, passes e cruzamentos, todos eles assessorados pelo modo de assistência. Mas engana-se quem acredita que por conta disso o campeonato seria mais fácil. Os competidores continuam a mil por hora, estudando seus adversários e evoluindo seus esquemas táticos. E nem só de veteranos vivem as ligas, muito pelo contrário, os meninos, vem arrebentando e mostrando como se sobressair a aqueles que jogam a vida toda. Eric Oliveira é um belo exemplo a ser seguido, sagrar-se campeão exige calma e muita análise.

Dentre as suas maiores dificuldades com certeza as partidas contra o Liverpool foram as piores, nível de competição adversaria altíssimo, o que acabou rendendo no fim das contas em duas derrotas no sistema de ida e volta. Mas calma, isso mesmo, calma, por conta do nervosismo ele quase deixou escapar o melhor que viria, então a busca pela tranquilidade lhe rendeu excelentes frutos. Em uma partida real se o técnico enlouquece ele mata seus jogadores, os apavora, os faz cometer erros e absurdos acontecem, aqui, bom, aqui os players são os dois, treinador e jogadores, e porque não, analistas táticos. Manteve-se o nível, e em quase todas as partidas seus oponentes buscaram vencer a qualquer custo, mas como citei acima, o menino é esperto, teve calma e soube aproveitar em algumas partidas o fator de reconhecimento, ou seja, por já ter jogado contra alguns adversários e ter observado seus modos de jogo o que seria disputado se tornou relativamente fácil. Time inglês conhece time inglês, e valeu aqui a obviedade como fator fundamental.

Como precisava atingir seu objetivo, fez com seu time o que alguém com experiência faria. Esperou o decorrer das partidas, analisou o andamento dos jogadores, mudou sua formação e se adaptou as dificuldades, mesmo o time tendo as engrenagens enferrujadas no começo. Testando, testando e testando, levou seu Tottenham desde o irreconhecível 4-1-2-1-2, que é uma variação de esquema principal, pelo fato de você precisar de um articulador atrás dos atacantes, três volantes ou três meias, isso confunde um pouco a cabeça, até um mais improvável ainda 4-2-2-2, corajoso hein?. Linhas de dois, com Pogbá prendendo a bola de costas e Aguero como principal finalizador. Haja segurança de recomposição. Com uma liga tão competitiva e uma organização de primeira ele com certeza voltará para a próxima, e assim como ele espera voltar ainda melhor, seus adversários também. Mas um problema a ser corrigido, não desistam das partidas, e as disputem por completo, afinal a alma disso tudo é o espirito de dever cumprido, sendo campeão ou não.

Parabéns Eric pelo belo campeonato, e como um treinador arrojado não teve medo de ousar, testar e levar seu time à frente. A calma te fez campeão.

Mauricio Klippel