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André Sampaio: O acaso e a Fórmula 1

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A maioria esmagadora dos amantes da Fórmula 1, vem de outra época.

Vem daqueles anos em que o arrojo falava mais alto que uma "abertura de asa", que o talento e inteligência não eram raridade e geralmente não se pegava no sono ao assistir o às corridas. Anos de emoção além da pista: as décadas dos heróis brasileiros que usavam macacão.

André pegou o tempo glorioso de Emerson Fittipaldi, e aos 55 anos de idade, relembrar dos autoramas com a icônica Lotus preta, a McLaren e a linda Copersucar, que encerrou as atividades em 1982, é um privilégio para poucos, que ele com certeza guarda nas suas melhores memórias. É aqui, o começo de uma paixão.

Me permito fazer um salto temporal. Vamos bem adiante, ano de 2002, onde no auge dos seus 37 anos a vida muda completamente, do Brasil, para os EUA, proposta de emprego e estabilidade, ele não pensou diferente e abraçou a bronca, era o melhor a se fazer, a oportunidade de melhorar a vida assim, não são muitos que recebem. Não existiram entrevistas de emprego, nem procura pelo mesmo. Foi um convite, e coisas assim não se recusam. Ele conta que no início uma pequena decepção apareceu, não pelo lugar, mas pelo fato de os americanos não terem a F1 como seu principal esporte, aliás, estava, e está, muito longe disso.

A Nascar é o principal esporte a motor dos EUA, a Indy tem seu espaço também, mas nada tão grande quanto a empresa de Daytona. O principal impasse para André, era não poder acompanhar a F1, a TV não fazia questão de passar, tanto que nem sequer tinha os direitos. A fagulha reacende para os americanos, mas com o fiasco de Indianápolis em 2005, devido a incompatibilidade dos pneus da Michelin com o circuito, apenas seis pilotos largaram, aí mais um hiato se estendeu e outras alternativas foram encontradas.

Sampaio atrás da F1, e a F1 atrás de Sampaio.

A casa do nosso piloto fica no subúrbio de Nova Iorque, e numa de suas idas ao consulado, numa viagem relativamente longa dentro de um ônibus, ele resolve comprar uma revista para a volta, numa tentativa de distração e até mesmo divertimento. A tal revista era sobre informática, tecnologias e afins, e para sua surpresa ele encontraria ali algo que o deixaria mais próximo da F1 do que nunca, e para que você se situe, estamos em 2009, e a notícia estampada nas páginas anunciando que o jogo F1 2010 seria lançado, com promessa ampla de revolucionar tudo o que já havia sido feito até então para qualquer console, seria derrubado, e revigorado. A era da simulação dava as caras de uma vez por todas, e por um instante a dúvida: console ou PC?, então chega na casa de André o "querido" Playstation 3.

"Na época eu justifiquei para minha esposa que estava comprando um Blu-ray, não só o PS3, porque ela não ia gostar da coisa".

A curiosidade era tão grande que o que ele mais queria era não se frustrar, queria gostar do fundo do coração, e diga-se de passagem que foi recompensado, tudo atendia suas expectativas no quesito "jogo", porém, ele não estava assistindo uma corrida na TV, era sua vez de ser o piloto, e de uma maneira totalmente diferente. O console não foi a melhor escolha, pilotar no controle era impossível, e o volante só viria depois, devido a dificuldade em guiar o carro. A escolha foi pelo Thrustmaster T-300, que ele adaptava no chão da sala, mas o deixava absurdamente mal posicionado.

A F1 e o acaso, com o plus da necessidade. Elas deram a André a oportunidade da criação, da idéia, e de algo que se tornou seu sonho.

Na procura por uma cadeira, ele descobriu que tudo era muito grande e muito caro, cockpits enormes difíceis de transportar e guardar. Nasce ali, o primeiro desenho, o primeiro projeto da Fastatic, que viraria um negócio em seguida. André trabalha com desenvolvimento de produtos, mas tem um enorme conhecimento nas áreas do Marketing e comércio, tanto que de 2012 para cá, a Fastatic só evoluiu, e tudo é feito por uma impressora 3D com materiais testados altamente resistentes. André vê um mercado excelente no Brasil, o que trava e dificulta, é o fator de transporte.

A meta é nunca parar de desenvolver o que ele carrega como seu futuro negócio, mas conciliar família, produção e trabalho fixo se tornou impossível, e a redução no desenvolvimento dos cockpits foi imediata.

André Sampaio nunca havia jogado on-line até o ano de 2016, onde conheceu o trabalho do narrador Luiz Coura, bem, aí entre um contato e outro resolveu fazer parte da Liga COF-1. Nós sabemos muito bem que para disputar em qualquer campeonato só a vontade não basta, é preciso mais do que tudo, tempo. Com três competições em aberto, tudo o que faltou foi justamente o tempo, sem treino e dedicação tudo tende a piorar, sem falar que os relacionamentos já não eram os mesmos. Hora de virar a página.

A REALITY

Na Liga GZT, André conhece um dos caras mais boa praça que eu, Mauricio Klippel, - que aqui vos escreve- já viu neste tempo no A.V. O piloto Alexandre Conceição, e através dele cria-se um vínculo não só competitivo, mas de amizade.

"A Reality me abriu a cabeça e o sorriso, num ambiente amigável só me dei bem com o pessoal".


 
Weverton Cunha, o primeiro milionário da Reality XP

 

Muitos foram os papos depois das corridas, com Fábio, Tiago, Ricardo, e por aí vai, mas foi com Tiago que as coisas acabaram tomando outro rumo. Ele me diz que chegou fácil aos Estados Unidos, através de um convite como já disse anteriormente, e o salário era muito bom, pensar no sustento, óbvio, é o principal na vida de quem tem obrigações, por isso não podia deixar seu emprego de lado e cuidar somente da Fastatic, claro, é seu sonho, e ver sua marca virando empresa é algo maravilhoso.

Então, a decisão de unir o útil ao agradável foi tomada, as conversas na madrugada entre André e Tiago se fundiram num patrocínio, ele opta por avançar e divulgar a marca, que segundo ele, está num ambiente muito positivo, e inserida num belo trabalho profissional. Bom, Sampaio também é um dos milionários da Reality XP, e para responder minha pergunta sobre isso, ele diz que não acha tão importante assim no quesito status, mas sim, para um backup, num momento de precisão, como leilões e até pagamentos de pilotos no Professional.

"Vejo a Reality como uma empresa de futuro, empresa mesmo, e não apenas uma Liga, mas a F1 virtual precisa crescer muito ainda".

Coisas boas vem por aí! Um canal no Youtube deve estar chegando em breve, cheio de informações, e a Fastatic Racing Group também! O grupo dos amigos, como chama André, está aberto para todos, mas isso é assunto para outro dia.

Valeu véio paia!

1 Comentário

  1. Paulus diz:

    Excelente entrevista

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