MUNDIAL F1 DRACO - ETAPA 20 - GRANDE PRÊMIO DE ABU DHABI - SEASON 03
Adjetivos de um Bi-Campeão
Quando você está há literalmente três pontos de mais um título, com certeza muitas coisas irão passar pela sua cabeça, a grande maioria deve ser um compacto do ano todo onde tudo o que foi construído (algo que parecia imperceptível antes), agora ganha uma força de mobilização imensa. Para ser campeão nos sistemas da Reality você precisa entregar algo além da velocidade, além da experiência, além de voltas rápidas e além de muitas outras coisas. A verdade é que duas palavras são a base, ou melhor, dois adjetivos são importantíssimos: inteligência e consistência. Claro que intrinsecamente essas qualidades trazem outras de maneira automática, mas estas em especial são o “grosso da coisa”.
Tony conhece bem essas palavras. Ser Bi-Campeão Mundial, ainda mais com esse sistema e com mais um grid sensacional não é nada simples, e veja só, seu ano mais uma vez foi excelente. A minha observação em particular tira Tony dos pilotos badalados, para falar bem a verdade é o que EU ouço falar menos, e olhe lá quando ouço. Acontece que não é necessário ouvir nada pelas tabelas, nem gritos e fogos de artifício, Tony é discreto, uma espécie de “operário das pistas”, trabalha com a inteligência e a consistência bem alinhadas. Claro, a paciência vem a reboque.
Não lembro de EU ter visto Tony se preocupando com coisas externas, se já aconteceu não é do meu conhecimento. Quando analisamos seus resultados percebemos o nivelamento entre vitórias e seus inúmeros pódios, até mesmo quando os resultados foram muito ruins, pela atipicidade nós percebemos que realmente foram por problemas de outra natureza e não por um relaxamento seu. A linearidade é um ponto muito positivo daquilo que faz nas corridas, sempre muito centrado e com os objetivos na ponta da língua, Tony sabe ler bem o que acontece ao seu redor, basta acompanhar uma corrida em que ele venceu, qualquer uma, peguemos como exemplo a própria Abu Dhabi: brigas limpas, paciência, paradas certeiras, tocada impecável e uma vitória com selo de inteligência. Esse resumo fecha a tampa de mais um título.
Pedro Raso foi o vice, e eu já falei mil vezes: grande piloto, grande mesmo! Mas precisa pensar na pista e nada mais. Ele poderia ter colocado mais pressão em Tony até o fim, como companheiro de equipe ele também deveria ter sido o algoz, de um jeito que ambos são tão bons que não existe primeiro e segundo piloto, e isso deveria ter sido construído o campeonato inteiro para que chegasse na última etapa dependendo apenas de si. Pedro não pode mais desperdiçar o talento que tem, e mesmo que tenha sido o vice-campeão, não era assim que ele queria que o campeonato acabasse.
Uma grande ressalva aos Campeões dos construtores que representam a ASTONHAAS: Geoval Jr, que foi terceiro na prova e também no geral, o talentoso Bruno Fernandes que já deu um salto enorme no primeiro ano, Guilherme Zancopé que é outro que incomoda bastante e também Fábio Freitas que contribuiu bem o quanto pode. Duas escuderias de poder de fogo muito inferiores, principalmente a Haas, mas que nos surpreenderam pelo empenho dos seus pilotos, em destaque Geoval e Bruno.
As Mercedes e as Red Bulls foram completas coadjuvantes na Draco, Tony ergue a taça andando de McLaren, muito centrado e competente. Não ficam arestas para serem aparadas na conduta e pilotagem de Tony Peterson em 2021, quem sabe vencer mais vezes? Enfim, a cobra está morta e ele é Campeão mais uma vez.
Sem fogos de artifício.
Parabéns Tony!
CLASSIFICAÇÃO:
RESULTADO:
Piloto destaque:
Piloto da corrida:
Não terminaram
Por Mauricio Klippel