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A palavra que levou Henrique Hollebem e João Ildeu ao Ranking Mundial

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DEDICAÇÃO. Só mesmo esta palavrinha mágica foi capaz de aliar-se a estes pilotos “fora da curva” e fazê-los lançar vôos em direção aos 100 melhores do mundo. Prestou atenção? Eu os chamei de: FORA DA CURVA, isso quer dizer que já tem por estilo próprio a competição de alto nível, e esta expressão nada mais é do que uma referência aos pontos altos de um gráfico de estatística, onde os mesmos que estão fora, são os que se destacam em enorme escala. Estes dois não são robôs, e muito menos imbatíveis, como muita gente pensa, imagina, e na enorme maioria das vezes comete a infâmia de difamá-los e acusá-los sem qualquer tipo de embasamento, são todavia, dedicados, como já disse, esforçados, e amam o que fazem. O que deveria servir de espelho - e aqui falo como pilotos mesmo, como pessoa, cada um que siga o que achar melhor - acaba servindo de motivo para discussões, abandonos e repúdios, o que não agrega em nada, muito pelo contrário. A fala pode ser traduzida mais ou menos assim: “Eu quero ser como ele, é! Mas como não me dedico, o acuso por ser melhor que eu”. Ao invés de andar ao lado deles, é preferível passar por cima, sinto em dizer, mas sem esforço não há recompensa. Com este parágrafo, eu inicio este pequeno texto, contando um pouquinho sobre João e Henrique, trazendo nas pequenas coisas como tudo começou.

Apenas gostar, do automobilismo virtual não faz diferença, infelizmente. Para atingir grandes conquistas é necessário amá-lo, sim, amá-lo. Vários são os estilos de competidores, os ocasionais, os que cumprem tabela, os oportunistas que só participam enquanto estão indo bem, os esforçados, os arruaceiros, os que nunca faltam, os bons de verdade que carregam todas as características de campeão, e aqueles que fazem do A.V. umas das prioridades de suas vidas. Almoçam e treinam, Antes de dormir treinam, quando acordam treinam, e por aí vai. Estes são os que conseguem subir no topo do topo e correr atrás de um outro topo. Henrique Holleben, é um deles, o Militar americano, que é brasileiro de origem, começou no final de 2017, quando decidiu largar o controle e ajeitar a casa com um volante e um cockpit. Essa vida nem de longe é fácil, é preciso encarar de frente, assim como qualquer desafio que nos propomos a enfrentar, isto é, se quisermos resultados satisfatórios.

No Brasil, foram inúmeras participações em ligas de médio e grande porte, e nessa brincadeira toda, o currículo é bem grande: 52 vitórias no F1 2018, vice-campeão no Gran Turismo, Campeão na Indy, Cart e Project Cars F3, e como ele mesmo diz, o da Indy foi o mais complicado, mais difícil, justamente pela diferença. Neste ano (2019) já foram muitas participações. E puxando a brasa para o Ranking, hoje, ocupa o 16º lugar, um feito gigantesco, se colocarmos na balança a quantidade de gente qualificada e absurda que por ali passaram e passam frequentemente, o que acaba impedindo que ele se classifique para a competição Mundial em Londres. Desde de 2016 que vem tentando, extremamente afunilada, a peneira é fina, somente oito cascas grossas passam, por isso é mais do que importante, é fundamental que ele permaneça no raio dos 24 melhores para ver a chances do Mundial cada vez mais vivas. Os melhores pilotos andam no X-BOX, curiosidade, revelada por Henrique, sobre o ranking.

“Eu não ando nada a título de Mundial, comparado com os outros pilotos. São muito melhores”

O trabalho de Henrique é relativamente tranquilo, e mesmo que não fosse, os treinos rigorosos continuariam sendo uma prioridade, inclusive ele abdica algumas vezes atenção da família, para poder treinar de maneira sólida. A qualidade nos treinos é o ponto chave, insistir, gastar força, energia naquilo tudo, são muitas e muitas voltas até pegar o jeito. O melhor das américas atualmente, não se vê assim, e adora fazer parte de uma equipe, de estar ao lado dos parceiros.


 
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“Não sou o melhor piloto, não tenho talento nenhum, apenas trabalho e treino. Tenho orgulho das coisas que faço, sou um piloto simples e DEDICADO”

Os fãs mais velhos do A.V. com certeza começaram por ali, ou se não, já ouviram falar do clássico da Nintendo de 1991, AYRTON SENNA - SUPER MÔNACO, pois é, foi justamente por essa raridade que João Ildeu começou a trajetória. Desde pequeno acompanhando a F1, claro, nem sempre assistia tudo, mas jamais abandonou. De 2015 em diante, ele segue sem perder uma prova sequer, sem faltas! Em 2010, outra trajetória se inicia, as rotinas do jogo oficial da F1, lá se vão nove longos anos, dentre eles, cinco jogando off line, longe das disputas estressantes nos campeonatos on-line. Mas não pense que depois de tanto tempo sem imaginar as aventuras do mundo virtual, quando tivesse a oportunidade ele não iria se aventurar por estas bandas, e em 2014, na base do controle no PS4, as coisas começam a mudar de figura, mesmo que por brincadeira.

Todo o esforço tende a ser recompensado, e com toda a certeza o João esforçado e dedicado de hoje, é mesmo de ontem. A Team Racer, uma das ligas mais antigas do Brasil, viu em Ildeu naquela oportunidade, o potencial que hoje estoura de forma redobrada. O presidente da liga, o surpreende com uma ligação, o convite está feito, e a participação é confirmada. O mais interessante é que a tal ligação aconteceu em 2015, e João não esquece das origens, continuando por lá, isso mostra a gratificação por sido lembrado e ajudado.

“Sempre fui muito dedicado. Antes no controle, depois no volante. Mesmo sendo um G-DRIVE FORCE, bem fraco, todo de plástico”

Quando o famoso G-29 chegou, tudo mudou. Era o upgrade de que precisava para elevar ainda mais seu nível, o patamar mudou, e as performances passaram a tomar outro corpo, isso à partir de 2016. Em seguida veio o primeiro título no 2017, os treinos jamais pararam e pegar pesado nunca foi uma dificuldade, foco, esta foi a palavra usada por ele para falar de como chegou em ótimo nível. No ranking ele está bem abaixo de Henrique, é o Nº 70, mas estar entre os 100 melhores de todo o mundo é tarefa para quem tem culhão. E ao contrário do companheiro, falta bastante tempo na vida atarefada do contador. Mesmo usando linha e tração média, os tempos são equivalentes, são sim, de outra qualidade.

“Eu me cobro muito em relação aos treinos”

Percebeu? Conseguiu identificar a quantidade de vezes que transcrevi das citações dos pilotos para cá, as palavras: TREINO e DEDICAÇÃO? Nada cai do céu, seja lá o que for que tenha vontade de fazer ou já faz, precisa disso tudo para alcançar algo maior, para ser diferente é preciso mostrar mais, se doar. Veja bem, estes dois não são insuperáveis como eu já havia dito, eles cometem erros, e perdem corridas como qualquer um, mas a qualidade empregada nas pilotagens, no conhecimento, e no jeito de ver as situações, é outra! Não fazem parte de um ranking Mundial vencendo provas esporádicas e nem fazendo uma volta voadora a cada ano, é preciso mais, e o “mais” exige treino, e um tempo que muitas vezes não existe.

Mauricio Klippel

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