Já havia chamado a atenção sobre o desempenho de um certo treinador, muito jovem e cheio de boas explicações ele veio construindo suas vitórias gradualmente. Não se vê tocando flauta, e muito menos desmerecendo seus adversários, pelo contrário, os respeita muito, e com os pés no chão ele soube enxergar as fraquezas de cada um e joga-las contra os mesmos. Assim pensa o treinador, assim precisa pensar o treinador, ou seja, treine a mente e não o ego. As contratações que assim foram feitas por ele são pensadas para cada posição em uso, seja no zagueiro ou o atacante. Não é necessário ter o Messi se o time já bem encaixado.
JOlhando bem de perto seus tropeços ele admite um erro quase fatal na sua primeira formação, não chegaria onde chegou se tivesse mantido o 4-2-2-2, óbvio, sem meio não existe criação, e automaticamente também não existem gols, jogadas individuais aqui são muito perigosas, sabendo que não há consistência e muito menos recomposição, e se há, ela chegará quase sempre atrasada. É muito mais vantagem distribuir o time, reforçar o meio e tornar um incômodo para o adversário um homem de referência. Aqui entra em cena o 4-2-3-1. Esquema forte com cinco homens de recomposição, que permite retenção e velocidade ao mesmo tempo, ele tinha jogadores para isso. Abrindo nas pontas Son e Lamela, ele faz aqui o contrário, Pogba passa ser a referência no centro, segura a bola e libera os pontas para jogar com Aguero como um falso nove, pronto, estava feito. Aguero artilheiro e um meio consistente. Na soma de tudo isto, veio o título da Champions, que consequentemente lhe rendeu o caneco do Mundial de Clubes, tendo seus dois times vitoriosos, não existe possibilidade de jogar contra si próprio.
Desde que vem disputando suas partidas ele tenta aperfeiçoar suas formações, é como um meia que joga de cabeça erguida e sabe ver o jogo de cima. Se perder, bom, perdeu, o que tem que sair de lição aqui, é que em um campeonato na maioria das vezes não vale só o nome, seja do treinador ou do jogador, vale principalmente a capacidade de se aprender com os erros, e não descontar no tempo, ou no time. Pare, pense, analise. É um jogo de xadrez, se você abandonar vai perder, não existem outras formas, então de seu melhor, dispute o máximo que puder e evolua. Isto te torna muito mais competitivo e inteligente, e o campeonato mais rico de experiências.
Parabéns ao Eric, ele não reclamou, disputou, aprendeu e venceu. Venceu tudo, e de tudo veio seu total merecimento.
Mauricio Klippel