A batida na prova do Japão acabou sendo uma motivação a mais para o campeão da temporada passada Mauro Eugênio voltar a vencer. Ele está bem acostumado a fazer a lição de casa e gabaritar as questões no dia do exame, imagino o tamanho da frustração em não marcar pontos logo na primeira etapa, ainda mais sendo ele o detentor do título no 50%. Pois bem, Austin seria a chance da redenção, segunda etapa, pista ampla e, grandes chances de colocar outra vez o pé próximo de mais um campeonato. O tiro é bem curto como sabemos, então, usar a grande capacidade de observação sobre os demais e, conhecer a pista já soa como aproveitamento positivo no fim de tudo. Então, seria hora de aproveitar os carros adquiridos no leilão para brigar por algo maior.
Fayol largou na pole, algo realmente muito bom, ora, a evolução está tão nítida quanto a chuva que desabava no circuito. Não foi desta vez que conseguiu vencer mas, um terceiro lugar fez jus a uma belíssima prova de recuperação depois de ter perdido a primeira posição já na largada e, isso só mostra o quanto lutar pelas posições só engrandece o piloto no nível de aprendizado. Neste mesmo balaio de coisas boas da prova, também é justo fazer uma citação à Tiago Luz e mais uma boa corrida, claro, andar na chuva traz desafios imensos e, alguns só abandonaram pela vasta largura das áreas de escape da pista. Mesmo assim dá para notar o salto em relação ao seu início ruim. Já é outra a postura de Tiago.
No entorno das situações da prova, tínhamos Cauê e Ricardo brigando em pontos diferentes até atingirem uma quarta e quinta colocação. Ricardo realmente me surpreende, os degraus que ele vem subindo são vistos de forma muito particular, ele constrói a própria corrida no imaginário das estratégias e, se coloca entre metas, isso faz toda a diferença. Ele tem planejado um passo após o outro, como, chegar entre os dez, entre os oito, entre os cinco e, quando estiver pronto, brigará pela vitória. Os últimos serão os primeiros e ele conhece suas limitações, portanto trata de não meter os pés pelas mãos. Cauê sempre foi consistente, mas a chuva nem sempre promove boas provas para quem vê as coisas de dentro do cockpit.
Sobretudo, Mauro está mais vivo do que nunca para buscar mais um título, Rodrigo Lorenzo ainda é o líder, e os pontos conquistados nesta noite foram fundamentais para isso. Percebe como pontuar faz diferença? Mauro é fortíssimo! Inteligente, é um competidor nato, 30 pontos o separam de Rodrigo e a partir da próxima etapa a rivalidade vai esquentar de vez, lembrando que é muito, mas muito importante permanecer na pista, é um campeonato que está em jogo. E além da liderança de Lorenzo e a força de Mauro, um ‘’tal de Herbert’’ pode estar chegando para mostrar que o desempenho espetacular que teve não foi por acaso. E aí, quem leva essa taça?
Mauricio Klippel
Qualificação:
RICARDO CANTERGI E FELIPE RIBEIRO NÃO PARTICIPARAM DA PROVA
Resultado:
Pilotos que não completaram: