Vencedor novo, líder antigo

MUNDIAL F1 ORION - ETAPA 14 GRANDE PRÊMIO DE SINGAPURA - SEASON 03

Vencedor novo, líder antigo

Quando um piloto estreia vencendo os nossos olhos tendem a mover-se para o lado dele com uma perspectiva diferente, ou seja, imaginamos que se o piloto em questão conseguiu vencer num grid cheio de pilotos desconhecidos e muito competentes, logo na sua primeira prova, isso geralmente quer dizer que ele terá muito a oferecer dali em diante. Bom, felizmente isso acontece na maioria das vezes. O cara em questão é Caio Rodrigues, o “Caizin”, menino cheio de graça que saiu das profundezas de Singapura e chegou em primeiro depois de passar pelas suas eternas 61 voltas.

A vitória é importante sim, muito importante, mas neste momento, mais para ele próprio do que para o destino de um campeonato. Caio tirou o coelho da cartola e mostrou as credenciais, por hora é isso, daqui para a frente é preciso regularidade.

Por enquanto a liderança de Tiago continua inabalável, a título de campeonato nada mudou e quem deveria encostar está cada vez mais longe. Mesmo de Williams Tiago conseguiu chegar no pódio e somar todos os pontos necessários para permanecer no topo, e nessa história toda ele próprio foi quem se saiu melhor, a regularidade que é tão levada em conta está tinindo, a visão de prova é uma de suas melhores qualidades e a taça começa a ficar cada dia mais clara a sua frente.

A quem diga que existe um privilégio nas mãos de Tiago, não existe nada, eu mesmo já peguei muito em seu pé pelo fato de ele não conseguir sair do lugar por muito tempo. Aí vem o Pedro e o Paulo reclamar de privilégio, o que nos leva a outra reflexão: um piloto que usa o controle por falta de dinheiro está impedido de ser campeão em relação aqueles que tem um cockpit da NASA que vale 10 mil na sua sala? É claro que não, uns dizem privilégio, eu digo que cada um deve fazer o melhor com o que tem, e olha, haviam pilotos aqui que controlavam o carro brilhantemente com um teclado. Então, não é o que eles tem, é o que eles fazem que os tornam vencedores.

Luz não está na frente por ser um dos donos da Reality, está por que merece. Ponto.

Tiago é um piloto construído de puro esforço, que se dedica além da conta justamente para provar que não existe privilégio algum, algo que ele nem deveria fazer, mas faz. Se fosse eu passaria tranquilamente e ainda tocaria uma flauta: ‘’bora se mexer? Tá difícil de me alcançar!’’ A conversa é a mesma, só a regularidade salva, um piloto novo chegou e tocou o terror nos veteranos, e isso não ajuda em nada quem busca o título, esperar pela pista perfeita só afunda os sonhos. Tiago Luz: 459 e contando.