O grande evento de sábado à noite, que acabou virando domingo de madrugada, aconteceu, e não só, como também foi um sucesso. Da mesma forma que o primeiro, de mesmo nome realizado a tarde, este sem sombra de dúvidas veio para ficar, introduzindo de vez na Reality o formato “mega-evento”. Dez provas disputadas em tempos curtíssimos, cinco pistas com estilos diferentes, desempenhos de carros realistas e o ponto mais importante de todos: Entraram em cena os carros da Fórmula 2. A base da categoria principal, com monopostos mais lentos e regras bem diferentes.
Óbvio, muitos estranharam. Afinal de contas, quem deixaria a F1 pela F2? Talvez como um hobbie dentro do hobbie, se é que me entende. No contexto geral as opiniões terminaram bem disputadas, sobre gostar ou não do novo brinquedo. Algo quase unânime, foi a “dureza” do carro, sendo assim pior para guiar. Mas não se espantem, isso é tudo de propósito, como disse anteriormente, a F2 é uma espécie de categoria de base, que busca qualificar jovens pilotos para uma possível trajetória na F1. Então, condições “desagradáveis”, fazem parte dos testes. Carros duros, mesmo chassi e motor para todos.
Claro que, para uma análise mais a fundo precisaria de provas maiores, com mais possibilidades, checando reações e abandonos, motivos, circunstâncias e pista. Mas tudo bem, dentro das possibilidades dadas, eu analisei cada uma das corridas depois do evento de maneiras bem objetivas, e, antes de mais nada, lembro que, cada corrida é dividida em duas, com treino livre, classificação, e a primeira prova no mesmo dia. No segundo temos a Sprint, segunda corrida, com menos voltas e grid invertido, ou seja, do oitavo para cima as posições são trocadas, sendo o último, pole position na Sprint, e assim sucessivamente.
HUNGRIA
Nove voltas no circuito Húngaro. Um pouco travado como nós sabemos, mas ainda assim nada que não pudesse ser resolvido com boas atuações dos pilotos. Léo Mautes foi o grande destaque do saturday junto de Henrique e Renan,e a gangorra protagonizada pelos dois começa por aqui mesmo, sabendo ou não, que eram favoritos, e isso deve, claro, aos momentos atuais de cada um.
Mautes larga na frente, Tiago Luz até tenta segurar a boa saída na segunda posição, mas a não sustentação da posição foi um mal do evento que não aconteceu somente com ele, diante disso, toque e abandono.
A vitória rápida e rasteira ficou mesmo com Léo, mas era o início de um pódio quase 100% dele, Henrique e Renan, que aliás, este último foi o mais consistente durante todo o campeonato.
SPRINT
Em tiros curtos, ou melhor, curtíssimos como este, tudo tem que ser pensado para ser resolvido rápido. Sem batidas, sem paradas e voar a frente. Ildeu também não segurou, Ruy da mesma forma. Enfim, a vitória é Henrique, muito bem posicionado, como sempre, ele tratou de passar Renan e igualar as coisas com Leo.
ÁUSTRIA
Aí está um bom pole position: Kléber Machado. Foi dele a incumbência de largar a frente. E mesmo assim, sendo um piloto de alto calibre, não segurou, e deixa explícito como o nível entre eles é alto e mesmo assim tem gente andando acima. As trocas de posições foram muito rápidas e ansiedade na largada mais uma vez atrapalhou.
Ildeu passou a prova toda tentando se recuperar, ele não desiste, ponto muito positivo.
Nada menos do que uma disputa entre gigantes que tem pilotagens equivalentes. Henrique e Léo, Léo e Henrique. Vitória de Léo. Mesmo Pódio.
SPRINT
Mais uma boa tentativa de Luz em permanecer na primeira posição, e diante de encontros e desencontros, Mautes cai para a última posição, Holleben também enrosca. Rocha, oportunista assume a ponta, Ricardo a segunda posição e desta vez, Fayol completa o único pódio diferente da noite, segurando Henrique a base da insistência.
MONZA
Depois de quatro etapas, consegui notar uma falta de consistência a grande parte dos pilotos. As mudanças de performance são muito radicais de uma prova para outra. E isso só deixa com o pensamento mais certeiro de que tenham treinado apenas nas pistas que gostam.
Tirando isso, Léo passa Henrique numa briga acirrada do começo ao fim, e adivinhem como ficou o pódio? É, desta vez uma pequena mudança, Chrysthofer assumiu o terceiro lugar por conta das punições de Henrique. Outra vez destaque a Renan, que mesmo sem vencer se manteve firme entre os primeiros.
SPRINT
É a vez de Ricardo largar em primeiro. E as conturbações infelizmente continuam as mesmas. Até aquele momento Léo era o líder do geral, mas a afobação dos pilotos me deu a sensação de estarem todos brigando por um prato de comida. Aí, bastou aos pontas garimpar posições. Inversão dos papéis desta vez, Henrique assumindo as cabeças e Léo na terceira posição.
RÚSSIA
As coisas esquentaram de vez. A briga pelo campeonato de fato, seria entre Leonardo Muates e Henrique Holleben. Se é que já não era antes mesmo da primeira bandeirada. A gangorra entre os dois foi ao mesmo tempo um ponto forte durante todo o evento. As oscilações vieram a calhar, não por terem sido ruins, muito pelo contrário, por terem proporcionado emoção justo pelas mãos dos dois.
Desta vez, Holleben bateu, parou, trocou bico, perdeu tempo, e correria pelos pontos. Léo vence depois de mais uma excelente largada.
SPRINT
Vejam só. Aos 40 minutos do segundo tempo, Ildeu se recupera depois das falhas e MAIS BATIDAS alheias e vence. Tomado pelos incidentes com quem estava na cola do título, ele soube sim, fazer seu papel. Eu esperava muito mais deste, que é outro piloto da prateleira de cima, e... o primeiro vencedor do The Saturday.
BÉLGICA - O FINAL
Deixar o melhor por último é sempre fantástico. Que ótimo que decidiram a taça na última etapa!
Não existia mais espaço para erros bobos - abrindo um parêntese: (nunca houve espaço para isso, mas alguns acreditam que sim) - Bem, seria tudo ou nada.
Henrique na pole, Léo passa, Henrique reassume. Briga de cachorro grande, e os nervos à flor da pele. Toque de Léo em Henrique, que ele mesmo pede desculpas ao vivo depois. Sem bico, Mautes vence de novo.
SPRINT
Mais uma batida na largada, que novidade! Agora Holleben tinha tudo nas mãos, teria de fazer bem, disparar como de costume em outro campeonato, e realmente, disparou e venceu. 5 inacreditáveis pontos os apartaram. Fim da gangorra maluca e muito interessante que vimos durante todo o evento. Já pensaram numa disputa assim em um Mundial?
A! Não posso esquecer de ressaltar a disputa na pista entre, Kléber e João! Sensacional!
Henrique campeão, já é o segundo título por aqui. Com adversários à sua altura, ele mostra que pilotos excepcionais como ele também falham às vezes, que não é imbatível. O que o diferencia, dos outros, é algo que Léo também agrega: O FOCO.
DESTAQUE
Renan, sem dúvida nenhuma. Maduro e muito consistente o tempo todo
FICOU DEVENDO
João Ildeu, não foi ele mesmo. Esperava mais. Seu histórico é quem põe as cartas na mesa
PONTO NEGATIVO
Todas as largadas foram horríveis. Ansiosas e abarrotadas de incidentes. São somente pilotos de alto nível, isto não é mais aceitável.
Mauricio Klippel