Muitos pilotos já decretaram abandono total na categoria. Uma vergonha sem tamanho. Não, você não leu errado, é uma vergonha fazer parte de um campeonato e somente permanecer enquanto as coisas andam a favor da maré. Superação nem pensar, terminar a trajetória é algo que nem passa pela cabeça. Eu não sou o dono da Reality, e nem sequer sei os motivos pelos quais os pilotos deixaram de correr, mas o que eu sei é que a enorme maioria simplesmente não corre porque “não quer”, enfim, competir não é para qualquer um, nem nunca será, muito menos comprometimento.
Aqueles que entraram para iniciar o GP da Bélgica deram seu melhor, mesmo os que abandonaram por motivo qualquer enquanto estiveram em pista foram gigantes. Não deixaram de brigar e tentaram ao máximo aproveitar o que a veloz pista oferece. Rodrigo Mello foi um vencedor daqueles de cartilha, não passou susto, e assumiu a ponta logo depois da largada (pegamos só à partir da volta 2), foi confiante e logo tratou de abrir vantagem sobre os demais, arrebentou os tempos que a Ferrari entregava nas retas e desta forma subiu ao pódio pela primeira vez. Enorme resultado para quem já estava construindo as coisas de maneira discreta, eu disse construindo, e não esperando.
Claro, Paulo, Ramon e Henrique abandonaram, e são os que sempre andam na ponta, sendo Jah Jah o líder, então as coisas foram facilitadas, e aos disputantes de título ficou apenas o prejuízo de não somar qualquer ponto. Falando em Ramon e Henrique, que espetáculo de briga estes dois protagonizaram, disputa madura, com respeito e muita vontade de ultrapassar, isso sim é competitividade, palmas aos meninos. Ramires também, dificilmente nos apresenta corridas ruins, sempre dando o máximo, assim como hoje.
Vou dar um exemplo, algo que encaixa perfeitamente aqui: Mesmo com pouquíssimos pilotos a corrida foi excelente, nível altíssimo, e brigas dignas de gente que não marca bobeira. Com isso, o que nos importa é qualidade. Peço desculpas a Strong e Bolha, por usá-los como exemplo, mas eles não figuram entre “os pontas” no campeonato, geralmente não brigam a frente e também não estão entre os melhores, mas o comprometimento dos dois deveria ser invejável, raríssimas são as vezes que não correm, e sempre estão lá, dando o máximo que podem para superar seus próprios limites. Foram equivalentes aos vencedores hoje, andaram muito mesmo, foram exemplo de novo e permanecem na pista porque gostam! Os “bons” só batem boca, enquanto “o resto” pilota de verdade. Enormes, foram os sobreviventes de Spa.
Mauricio Klippel
Classificação:
Resultado:
Pilotos que não completaram a prova: