Siga o vermelho, brigue com o amarelo

O grid de largada foi desta vez todo formado através de leilão, exatamente, os pilotos puderam dar lances nos seus carros de preferência para saber quem ficaria com o que. Alguns até conseguiram, outros infelizmente tiveram de encaram o carro ruim, que hoje seria evidenciado pelo desempenho real, ou seja, mesmo motor que o carro leva na sua forma original. Mas nem por isso a corrida seria chata, veríamos muitos tentando provar seu valor dentro da pista do Bahrein, que além de ser bem difícil ainda por cima obriga a encontrarem os melhores lugares para ultrapassagens. Seria esta a chance de se aproximar andando de Mercedes?, ou colocar o macacão italiano e encarnar a alma alemã?. Bom, foram coisas que realmente ficaram evidentes no decorrer das voltas.

Uma grande pena foi mesmo vermos abandonos na segunda volta, como a Toro Rosso por exemplo. Neste tipo de pista erros costumam ser fatais. Perder pontos de freadas, ou até mesmo passear na areia, aí fica bem difícil voltar seguro de sua posição inicial, e outra coisa bem interessante e que claro, a maioria seguiu a risca, foi a de fazer apenas uma parada, ir logo para os pneus de faixa branca (médios), com a intenção de durar mais, ou até o final da prova. Ponto para a estratégia bem pensada, mesmo que fosse mais claro que a luz do dia.

Nosso velho conhecido Francisco fez a pole, e andando de Ferrari não deu sequer chances de reação ao segundo colocado, na casa dos dez segundos, isso mesmo, dez segundos a frente, realmente foi monstruoso ao tirar volta sobre volta em tempos baixos, obrigando aos que vinham atrás somente a segui-lo. Ele geralmente não erra, e desta vez não foi diferente, faltou quem sabe uma insistência, mas méritos a ele que não possibilitou que isso acontecesse. Lander, que vinha de Mercedes fritou seu motor, e em certo ponto não sabíamos se era um carro ou um avião da esquadrilha da fumaça, mas foi valente, e brigou até o ultimo suspiro do seu carro, infelizmente o abandono era certeiro. Mas, o melhor mesmo aconteceu no meio do pelotão, uma briga incrível entre a Renault de Bernardo e a Mercedes de Fernando. Foi gratificante assisti-los, vendo uma amarelinha segurar tão fortemente uma flecha de prata, méritos ao piloto claro, e se Fernando teve problemas, Bernardo não teve nada a ver com isso, e tratou de fechar a casinha, bico com bico, roda com roda, vácuo e desespero para chegar, tornaram a disputa muito mais que interessante. Fórmula 1 é isso mesmo, seja onde for, e esteja você onde estiver no pelotão, brigue, lute, e tire o máximo que puder, não é só a primeira colocação que enche nossos olhos, mas vermos pilotos com sangue nos olhos, a! isso não tem preço!

Mauricio Klippel