MUNDIAL PEGASUS FÓRMULA 1 - SEASON 02 - ETAPA 21 - GP DE ABU DHABI - YAS MARINA
Sangue nos olhos e um título Mundial
Ser Campeão Mundial é um título e tanto, o maior, diga-se de passagem. É chover no molhado falar o que é preciso fazer para erguer essa taça, mas trajetórias de conquista são sempre bem vindas e bem vistas. Cada piloto tem sua particularidade e seu campeonato à parte, e as dificuldades encontradas durante cada prova só são valorizadas em dezembro, quando olhamos para trás e as luzes se apagam. Pois bem, nós gostamos de chover no molhado.
Num modelo de campeonato tão difícil, se o piloto não tiver o famoso: "sangue nos olhos" ele não chega a lugar algum. Douglas levantou o caneco depois de ter perdido o título ano passado e sua mudança de postura foi fundamental para que seus resultados positivos fossem mais do que o suficiente para ser o grande Campeão da Pegasus.
Todas as suas entrevistas foram com tons de indignação e felicidade. Com gana, e vontade de estar no lugar mais alto do pódio. Não basta analisar somente a vitória de ontem em Abu Dhabi, o campeonato não começou lá, a construção veio na primeira vitória, lá na abertura no GP de Melbourne. Ele fez de tudo para manter o nível bem alto, até porque seu grande adversário era Caio Santos, tão competente quanto ele próprio.
A segunda vitória só veio no Azerbaijão, enquanto isso, Caio vencia três consecutivas, na Rússia, na China e na Bélgica, e nestas mesmas provas os resultados de Douglas não foram bons, ou seja, a nível de título precisava que fossem no mínimo, pódios.
Eu repito: sem treino e sangue nos olhos, sem a vontade de ir para cima, não vem título, e o desespero toma conta.
Depois do Azerbaijão as coisas começaram a se inverter, Caio baixou o nível de performance consideravelmente e Kdog subiu. Veio a vitória no Canadá, Áustria e muitos segundos lugares até vencer novamente no Vietnã.
As estratégias de equipe foram extremamente bem feitas, principalmente com um escudeiro tão forte quanto Tony dando suporte. A grande vitória no GP do Brasil, construída com uma jogada incrível no leilão, deve-se também a força da equipe, o engajamento deles e claro, a dedicação mostrada por Douglas aos companheiros para que acreditassem nele. A confiança estava no teto e a pilotagem muito afinada. (se não leu a matéria que fiz sobre esse leilão, sugiro que procure e leia para entender melhor essa história).
Kdog andou muito o Mundial todo, superou as provas ruins, buscou as vitórias que o colocariam nas cabeças junto de Caio, aproveitou todos os momentos positivos e abocanhou o próprio Caio, que perdeu para si próprio no decorrer do campeonato. Ser constante é tudo.
Douglas chegou em Abu Dhabi tranquilo por fora, mas sem dúvidas com os lábios cerrados e pronto para cumprir a promessa que fez de vencer as duas últimas provas. Venceu, e nem precisava, aliás, se chegasse entre os 12 ainda seria o Campeão. Só uma tragédia tiraria seu título.
Não poderia haver tal tragédia. Ele construiu tudo até aquele momento de maneira grandiosa. Pois bem, Douglas está rodeado de méritos, e até dezembro de 2021, a faixa é sua.
Resultado:
Piloto destaque:
Piloto da corrida:
Não terminaram
Por Mauricio Klippel