O título não poderia ser outro de maneira alguma, muito bem colocado por Fábio durante a transmissão, a alcunha dada a Matheus Gregório faz jus ao que apresentou no circuito de Marina Bay. Foi, aos meus olhos, a sua melhor performance desde que o vi chegar por aqui, e com uma evolução monstruosa ele não brincou em serviço, deixou os carros “pontas de linha” para trás e mostrou como se vence pilotando uma das piores escuderias da atualidade. Lógico, ele não foi o primeiro a desempenhar tal façanha, mas foi mais um a provar que dá sim, para ser espetacular sem estar guiando uma Mercedes ou uma Ferrari. Para ser mais dramático, as coisas acabaram se tornando ainda mais difíceis dadas as circunstâncias, uma delas, colocada no título. Cingapura, cansaço e muita chuva.
Já na largada dava para ver que queria um algo a mais, isso é visível no estilo de pilotagem, não me diga que não percebe! Quando o piloto está com sangue nos olhos e disposto a vencer ou chegar a um ponto específico, ele muda de postura, deixa de ser um “cumpridor de tabela” para ser respeitado no asfalto. Gregório é um dos grandes sinônimos de evolução, e se hoje se mostrou tão competente, é porque treinou se dedicou para isso, ninguém sai do zero para o cem, sem treino e dedicação. Eu não acredito nisso, pelo menos.
Foram voltas e mais voltas perseguindo a Mercedes de Caio Santos, invadindo espaço, colocando de lado, mostrando o bico, e nada. Claro, a fase de Caio também é muito boa, a bem da verdade, é a melhor dentro da Reality. No fim das contas a ultrapassagem chegou, e veio com gosto. A pista desse circuito de rua dá uma aula de cansaço, e não traz nada de interessante, a não ser a desenvoltura dos pilotos em guiar nela.
Quer outro grande destaque? Lucas Cordeiro. Em determinado momento a coisa estava tão boa, que a briga pela primeira posição, na volta 32, era entre sua Toro Rosso, e a McLaren de Matheus. Acredite, Cingapura rende por aqui, assim como rendeu para Chrysthofer e sua Ferrari, Afonso, Lucas, João, e outros que não vieram só para comer a merenda.
Que espetáculo de prova do menino da McLaren! Foi um perito na chuva, absurdamente agudo e limpo ao mesmo tempo. É o que sempre digo, na maioria das ocasiões, é a vontade do piloto que o coloca no pódio, não o carro. Mais um exemplo hoje, de um cara que ganhou um apelido pouco provável, mas que caiu como uma luva, isso deve servir para aguçar seus ânimos e aumentar sua percepção de pilotagem madura. A tendência, é de que as coisas continuem assim, isso, se ele quiser que elas continuem, é claro.
Mauricio Klippel
Classificação:
Resultado:
Pilotos que não completaram a prova: