A corrida de Cláudio não foi qualquer coisa, se não, espetacular. De um modo que parece ter gostado de andar recuperando posições uma atrás da outra. De qualquer maneira, ele poderia sim, sofrer menos em todas as provas que disputa, afinal de contas, pelo que já mostrou pode ser bem mais do que é na maioria de suas etapas. Quero dizer, bem objetivamente, que os coelhos precisam estar sempre atentos na cartola do mágico, se é que entendem a metáfora. Não deve ser, uma boa performance a cada três, quatro circuitos. Já percebi que é um piloto excelente, mas só conseguirá almejar coisas mais concretas quando alinhar a locomotiva nos trilhos.
Foram duas vitórias, e vitórias de gente grande. Esta de hoje, sensacional, “caçando” os adversários na pista, segurando as Mercedes e deixando as Ferraris a ver navios, mas o grande porém, são as corridas posteriores, pensemos em como as coisas podem ganhar sentido se após um desempenho tão bom, ele se mantivesse nas posições de cima. Seria surreal para os objetivos de Cláudio, agora, a mágica também consiste em desaparecer, e é tudo o que ele não pode fazer.
Nem a mão machucada de Tony, a pista horrorosa de Cingapura, chuva, e sua “incrível” Williams, o impediram de chegar em terceiro, pensem como quiserem, mas este, é um ótimo exemplo de regularidade, carro péssimo, ou incrível, o objetivo permanece o mesmo, somar o máximo que puder de pontos. Não à toa, a diferença dele, para o segundo na tabela geral, é de 201 pontos.
Não menos competitivo, tem sido Ricardo Vargas, hoje, terceiro no geral, o acúmulo de provas boas o dão a nítida imagem de que entregar mais do que pode é muito possível. Hoje saiu da última posição depois de um começo problemático e simplesmente recuperou tudo, chegando em segundo, algo para se comemorar, porque nem a chuva foi capaz de tirar os eixos de Vargas em Cingapura. Mais de duas horas de corrida, de onde os pilotos saem arrebentados, então, precisa valer a pena. E ao seu modo, está fazendo valer. Não me resta outra opinião de que os abandonos de Alex Conceição e Márcio Henrique, respectivamente nas voltas, 57 e 59, tenham sido por falta de atenção, um sacrilégio perante duas ótimas pilotagens, suas McLarens cresceram na pista, e deixar a corrida àquela altura é no mínimo frustrante.
Bem, a Cláudio e sua vitória resta apenas uma coisa: manter o padrão de qualidade.
Mauricio Klippel
Classificação:
Resultado:
Pilotos que não completaram a prova: