Um jogo de pneus brancos colocados premeditadamente pode vir a comprometer seriamente sua corrida. Já dizia aquele ditado nada famoso, nem popular, e inventado agora, por mim mesmo. O tudo ou nada bateu na porta de Gabriel Romais. Ele iniciou o GP dos EUA tendo que vencer para que suas chances de ser campeão dependessem apenas de si próprio, algo nada fácil se pararmos para analisar, mas também, nem tão difícil, sabendo quem ele é, e que vinha de três vitórias seguidas.
Seu oponente em pista largou com poderes iguais aos seus. Ferrari para ambos os lados e nada de brincadeira, afinal, é um título que está em jogo, e cá para nós, só quem disputa, ou já tem, sabe o valor de um caneco.
A pegada forte imprimida pelos dois já nos dava ares de pressão total. Lucas precisava voltar a vencer, abrir distância, e dormir com a cabeça mais fresca. Bem, a tal pressão chegou, e veio com força. Gabriel jamais desistiu enquanto pode brigar e Lucas foi absolutamente impecável a corrida inteira, sem qualquer exagero de minha parte. Ambos fizeram o que todos, eu disse, todos os pilotos deveriam fazer: planejar suas estratégias, e além disso, formar algo plausível, coerente, sem inventar moda. Menos é mais.
A grandeza dos dois é algo de gibi. Cada um pensando na sua caixinha, e executando tudo. Lucas levou seus amarelos o quanto pode, e mesmo sendo agressivo não errou em nada. Os dois jogos usados por ele, tiveram o melhor dos desempenhos. Gabriel enquanto esteve de amarelos o agrediu muito, tanto que o passou, e não saiu da sua cola. E dali, nasceu a briga da corrida.
Diante da situação, Romais optou pelos famigerados pneus brancos. Sem performance alguma, e com queda de rendimento, ele precisava que Lucas errasse, ou que seus amarelos não durassem tanto assim. Mas a diferença de composto é tão alarmante, que mesmo durante esta troca, lado a lado, talento versus talento, Lucas levou vantagem.
O que dizer em relação ao tempo de Yan depois de cravar uma parada precisa ao colocar vermelhos? Absurdo! Deu tempo de chegar, passar Romais e ainda descontar os pouquíssimos segundos de punição.
Se fosse num outro caso, eu com certeza falaria do uso dos pneus brancos. Mas aqui, diante da situação, não posso falar, não mal. Isso porque Gabriel não é bobo, ele tinha um plano, que poderia ser o grande pulo do gato. Não foi colocado em pista por desespero, foi uma estratégia pura para tentar surpreender Lucas. Não deu. Foi azar, não burrice. Gabriel é muito grande.
Ele depende de outros resultados agora. Lucas não pode baixar a guarda. Mesmo com uma vantagem aparente, virtualmente Romais ainda pode lhe tirar o tetra.
Mauricio Klippel
Classificação:
Resultado :
Pilotos que não completaram a prova: