Apertado por um único motivo: 18 segundos é um tempo mais que necessário para permanecer à frente de qualquer adversário, e ainda assim poderia não ser o suficiente para que João Vinicius vencesse, se Weverton conseguisse tirar o tempo em relação às punições, já era. Punições estas, que também ficaram na casa dos 18, algo muito, mas muito ruim, o que nos mostra que Silverstone conseguiu ser mais punitiva que a França. Foi uma vitória conturbada, e ninguém me tira isso da cabeça, é claro, liderou de ponta a ponta, fez por merecer naquilo que diz respeito a segurar os demais, porém, levou sorte de os erros adversários não terem sido maiores que os seus. O quesito penalidade precisa ser revisto, e se já vimos pilotos vencerem sem tomar sequer 1 segundinho, quer dizer que dá para copiar o jeito. Foi a primeira vitória de um ótimo piloto, que conseguiu manter-se a frente, apesar dos pesares. E usando palavras bem francas, a grande maioria hoje desempenhou um papel que termina do mesmo jeito: ótimas pilotagens, excesso de punições.
Esquecendo um pouco esse quesito, uma boa parte do pelotão se manteve firme até a chuva, isso porque alguns ainda se vêem no apuro quando precisam trocar as pressas e guiar na água. Mas de resto, me agradou bastante ver outros pilotos brigando por pódio, nivelando e se equivalendo em pilotagem lá no alto do grid. Analisem a corrida de Weverton: largada espetacular, conseguindo muitas posições, um toque o faz voltar aos boxes, os pneus brancos foram a opção para levar o carro o mais longe possível até a chuva, aí você pensa imediatamente que deu tudo errado, e poderia, mas a insistência e quantidade de treinos foram com toda a certeza o diferencial para ter chegado onde chegou. 2º lugar de McLaren, fez uma parada a menos durante a chuva e garantiu ali, seu pódio.
Assim como Weverton buscou não desistir, algo que vemos em todas as suas provas, Tony optou por ser o mesmo de sempre, com a Williams a tiracolo, impressionantemente, as posições têm chegado, e “ser o mesmo de sempre” significa manter o padrão das boas corridas, mesmo que tenham ficado para trás um dia. Bola para frente. F1 nada mais é que um espetáculo, feito para quem aprecia corridas de carro, seja virtual ou presencial, como queiram chamar, e provas sem sal, com pilotos apáticos e sem vontade me faz desligar a TV e procurar dormir, é o famoso ‘’tempo perdido’’. Diante do que vi hoje em Silverstone, não é sono o que me vem à mente, mas sim evolução, coisa que não via de alguns, pude perceber na etapa de número 10, como Adriano Ramos disputando posições, Marcelino sendo bem maior e melhor, Tiago Luz chegando a outro patamar, Claudio e Marcelo mantendo-se a frente por bastante tempo, ou seja, aos poucos vemos a mentalidade mudando e a competitividade aumentando, sem falar do nível.
Afinal, foi uma vitória no fio da navalha, estava longe de ser boa tecnicamente, basta que olhemos as punições. Mas nem por isso deixou de ser vitória, se chegou até ali foi por puro merecimento, mas como termina essa história, logo após a primeira conquista? Se mantém a regularidade, ou andará no fim do pelotão? Tem cacife para tal, mas foi por pouco que essa vitória não foi pelo ralo.
Mauricio Klippel
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