Me parece que alguém está readquirindo a boa forma, e me parece mais ainda que outro jovem piloto está chegando para roubar a cena. Felizmente não só parece, agora é! Fernando Muniz e Lucas Yan, foram de longe os destaques do evento que circulou pela excelente pista de Suzuka no primeiro dia de outubro. Não houve uma qualificação em tempos de volta, como de costume. O sorteio dos carros e das posições nas quais largariam foi feito ao vivo, sem choro nem vela, com risos é verdade, mas só até as luzes apagarem. O sistema XP cards sorteia os carros junto dos pilotos, que escolhem um número, que aparece na tela acompanhado da posição e de um desafio extra que, o permite ganhar Realétes se assim for cumprido ao final da prova. Junte tudo isso ao desempenho real dos carros e uma dose cavalar de hardcore. Bom, vamos aos fatos.
E o primeiro grande e importante acontecimento da noite, foi a vitória maiúscula de Fernando Muniz, sim maiúscula. Eu já citei tantas vezes que ele deveria melhorar seu desempenho em pista que, ele já deve estar surdo, mas não falei da boca para fora, ele realmente é um excelente piloto e de enorme qualidade técnica. A vitória conquistada hoje, num nível muito competitivo e com uma Haas, que não é nenhuma Brastemp dão uma moral a ele para o início da temporada que se aproxima. A boa estratégia de parada e uso do composto macio (amarelo) permitiram que fosse muito mais além com um carro meia boca, mesmo sabendo que poderia sofrer pressão mais tarde. E sofreu, e muito, mas resistiu da mesma maneira o tanto que pode nos limites da circunstância, e claro, ele tinha ao lado pilotos como Luiz Ramone, Rafinha que é uma parede sobre rodas e seu grande rival da prova: Lucas Yan, que acabou sendo traído pelos pequenos detalhes
Que detalhes são estes? Ora, se você prestou atenção na linha de apoio logo depois do título já sabe do que estou falando. Lucas é quem cruza a linha de chegada em primeiro, porém, e sempre tem um porém, os 12 segundos de punições o jogaram para terceiro. Se tivesse tomado um mínimo de cuidado teria subido no pódio como vencedor da forma mais espetacular possível, largando em último e abraçando a glória. Um absurdo de corrida desempenhado pelo menino de sangue doce, que veio com tudo de Mercedes. As duas últimas voltas de uma batalha de cinema com Fernando Muniz são o suprassumo dessa prova incrível. Ter chegado em terceiro não reduz em nada a meritocracia pelo feito memorável, ele vai guardar para sempre o que fez, e eu assino embaixo aqui.
O professor está deixando os pupilos ganharem espaço, uma vez que, nem chegou a largar depois de ter problemas. Os demais evoluem com isso e vão construindo uma sombra no calcanhar de Trindade. Mas não esqueçam, Muniz x Yan, e punição x vitória.
Mauricio Klippel