Matheus Leão beira o extraordinário

MUNDIAL F1 PROFESSIONAL FÊNIX - ETAPA 17 - GRANDE PRÊMIO DA AUSTRÁLIA - SEASON 02

Matheus Leão beira o extraordinário

Parece uma montanha de repetições e logo ao lado mais uma de elogios, não bastasse vemos outras com vitórias de todas as maneiras. O mais interessante de tudo isso é que nada, absolutamente nada que se diga sobre Matheus Leão (no contexto de uma análise bem fincada) é exagero. Leão desenvolveu um campeonato próprio, do tipo que cada ação é muito bem pensada e ainda melhor executada, é um ano irreparável o que vem fazendo o menino da Red Bull, inclusive, aos poucos ele parece estar recuperando o próprio parceiro Arthur Isaac, que na Austrália teve um ótimo segundo lugar seguido de uma bela atuação.

A prova nem de longe foi tranquila, abarrotada de abandonos e com um sobe e desce de posições, os pilotos tiveram que se reinventar durante as voltas de Melbourne. Já é difícil passar por lá, e com tantos imprevistos então, nem se fala. A Pole de Roldan e a segunda posição de largada de Léo pareciam um suspiro mais fundo para a Mercedes, que sem sombra de dúvidas tinha tudo para construir a dobradinha para si e aumentar a liderança no campeonato por equipe.

Bastou as luzes se apagarem para as encrencas começarem.

Ildeu e Wandaick estavam largando absurdamente bem, colocando a Ferrari no topo do grid, então todos pensamos: pode ser uma prova e tanto, afinal de contas são pilotos de calibre alto e que sabem andar na ponta, muito bem, numa disputa com Leão, Ildeu acabou tocando, foi para fora da pista e na pressa por retornar deu em cheio no próprio parceiro. Fim da linha antes mesmo de qualquer possibilidade de disputa. O fogo amigo enterrou a Ferrari. Com tudo isso abriu-se a temporada de carros de segurança, e ali foi o primeiro de seis.

Estratégias de todos os jeitos, chuva fraca, chuva forte, e o estoque de bicos sendo esvaziado loucamente, muitas distrações e claro: abandonos.

A Mercedes ia bem, porém, com sinais claros de desconforto, Léo errava mesmo estando na ponta e Roldan toma 5s de punição, ou seja, as coisas estavam nervosas. Bem além disso (e é o que espanta) estava Leão, firme, muito firme, mesmo tendo que parar nos boxes ele seguiu desviando dos acontecimentos ruins, tendo paciência ao executar as manobras e claro, lendo a prova com perícia. Leão vê as coisas sem afobação, vai encaixando, executando um passo de cada vez, e quando chega o momento ele é fatal.

Foram detalhes intensos em Melbourne, óbvio que não vou falar de todos, até porque não estou escrevendo um livro, mas a intensidade dos carros de segurança, a chuva, os próprios abandonos e punições, deixaram em determinado momento a corrida num redemoinho de coisas. A Mercedes, que prometia uma prova intensa, viu seus pilotos terem que se recuperar a todo o instante sem conseguir manter o padrão consistente que sempre tem. Hora era Roldan ansioso, outra era Leo, sem falar da pedrinha no sapato chamada Tony, que já não é a primeira vez que coloca uma Alpha Tauri nas cabeças. O Campeão Mundial deu um calor em todos que tentaram lhe tirar a posição conseguida no segundo Safety Car, principalmente nas Mercedes, ele os segurou tanto que no fim das contas foi Leão que conseguiu uma bela ultrapassagem. O ímpeto e o talento de Leo e Roldan não foram suficientes, e isso nunca lhes falta nas provas, Leo ganhou 6 posições em uma volta, e se isso não for vontade de vencer não sei o que é.

O fato é que depois da volta 38 não existiu quem tirasse Leão da ponta. Ele fez de tudo para sair fogueira, e quando saiu abriu e abriu, os demais continuavam na batalha e ele abrindo distância e nem mesmo a ultrapassagem de Roldan sobre Isaac surtiu efeito, Arthur manteve o equilíbrio que se espera dele e sua 2ª posição pode ter colocado a Red Bull na ponta das equipes.

Vitória com 34s de diferença, dobradinha e mais uma sequência fulminante de Leão, agora são cinco da Rússia até aqui, que poderiam ser seis, não fosse o 2º lugar na Itália. É, o menino beira o extraordinário.