Luzes acesas em Austin

MUNDIAL F1 DRACO - ETAPA 16 - GRANDE PRÊMIO DOS ESTADOS UNIDOS - SEASON 03

Luzes acesas em Austin

Para todo e qualquer efeito, Tony Peterson ainda é o líder do campeonato, sua corrida em Austin teve o mesmo padrão mantido de seus melhores dias na Draco. Não houve um apavoramento de sua parte por conta do evento surpresa que sempre desagrada alguém, seja pelo carro, pela posição, ou pelos dois. A McLaren em 2021 está bem melhor e isso foi visto claramente na execução de Tony que fez o necessário para manter-se no alto, afinal de contas ele precisa pontuar bem para deixar a distância sobre Pedro Raso maior.

Aquela tranquilidade típica que também pode ser chamada de segurança entrou em cena com Tony nos EUA, o segundo lugar veio naturalmente, apenas encontrando espaços e administrando a prova. 83 pontos de diferença. A primeira luz que se acende é a do título.

Quando ele quer encarnar ele mesmo, ele é um piloto muito fora da curva. Pedro Raso em dias de brilho é alguém que pode fazer coisas grandes, um cara de muito repertório mas que esquece disso às vezes. Já falei em inúmeras ocasiões que Pedro deveria estar brigando por título em qualquer categoria. Vejamos bem, Austin: ele brigou brilhantemente com Tony, com Golmar, com Geoval, manteve uma performance alta na chuva e em nenhum momento eu o vi fazendo outra coisa que não fosse pensar em vitória e em encostar em Tony. Este é de fato um Pedro Raso que gostamos de ver. Inclusive sua briga com Peterson pela segunda posição foi excelente.

Fora da pista não é importante, e quando sua cabeça está dentro dela coisas de gabarito acontecem. A luz de alerta é a que aparece aqui, mostrando que ainda pode chegar no líder, mas terá que ser como foi nos EUA.

Com a Aston Martin nas mãos, Geoval venceu como pode, foi ao limite de sua pilotagem encontrando vários obstáculos pelo caminho, e numa prova abarrotada de carros de segurança e abandonos, ser o vitorioso significa muito. As circunstâncias não eram favoráveis, tanto que quem estava na parte de cima foi despencando como macacos em galhos finos e abrindo as portas para quem estivesse atento assumir. Geoval foi quem melhor viu a oportunidade.

Abaixo de muita chuva, incidentes e relargadas, Geoval se manteve firme principalmente com a pressão das McLarens de Tony e Pedro que vinham muito próximas e se tivéssemos um pouquinho mais de voltas a probabilidade é de que chegariam com muita força. Geoval fez sem nenhuma dúvida sua melhor corrida em 21, e mesmo que seja o quarto colocado no grid geral ele poderia estar muito melhor, isso significa que a vitória em Mônaco deveria ter servido como um estopim, já que o campeonato vivia outro momento.

Infelizmente os resultados são muito oscilantes, este sobe e desce não foi favorável, mas ainda existe uma fagulha para que Geoval chegue pelo menos entre os três melhores já que Arthur Isac também oscila e foi muito mal em Austin. Luz verde acesa, hora de passar e manter.

A única luz que não deve ser vista por nenhum deles, é a branca. Como sempre digo: cada prova é uma prova, mas o que vale de fato é o contexto geral.