Não conhecia muito o estilo de Ildeu, confesso que tinha um pouco de desconfiança, sou daqueles que só acredita vendo, e vi, de fato vi, e gostei. Um veterano que chega limpo nas disputas, é fatal quando tem que ser e ainda respeita a galera mais nova, descrição, acho que este para mim é um ponto chave, afinal, cão que muito ladra, não morde. Anda muito o tal João. Um retardatário o atrapalhou na Hungria, recuperação e foco na Bélgica, e agora veio forte o suficiente para vencer outra vez, com muita propriedade, e não pensem que foi fácil, afinal Herbert Santanna queria reaver a vitória, e chega como um cão raivoso para cima, não bastando, uma grande parte dos pilotos, pelo menos aqueles que se sentem confiantes a brigar por título também queriam a sua fatia do bolo. Leo Mautes, Kleber Machado e outros nomes de peso. O convencimento de João vem da ótima capacidade de fazer uma leitura rápida da corrida, algo que poucos pilotos tem, a maioria infelizmente quer chutar o balde e pronto, e conforme o tempo vai passando a maturidade mostra o contrário, se não, padece sendo um piloto comum. Vitória com ‘’V’’ maiúsculo e uma mão no título.
Em termos de consistência, Leo é o melhor disparado, é impressionante como consegue evoluir em tão pouco tempo e se manter no nível, isso vem das temporadas anteriores e do mundial, sabe o homem que obedece direitinho o treinador em campo? É ele. Junto com as posições alcançadas no Canadá vem a melhora considerável de Bianchin, que não havia andado nada anteriormente, boas posições brigadas, acabaram se invertendo depois, mas, a evolução estava ali, junto dele. ‘’Tupeti’’ continua na batalha, piloto rápido e técnico também, insisto que deve participar de um campeonato longo, mas enfim, não desiste, esse é o ponto. No geral, uma boa parte foi acima da média, pouquíssimos vão a Monza com chances de ser campeões, afunilou, e no meio da fogueira quem está de roupa anti-chamas é João Ildeu.
Mauricio Klippel