PROFESSIONAL ORION FÓRMULA 1 - SEASON 03 - ETAPA 06 - GP DO CANADÁ - CIRCUITO GILLES VILLENEUVE
Inteligência e equilíbrio. Iran é o campeão do Professional 3
Este pode ter sido um dos, se não o mais, equilibrado de todos os Professional realizados até agora. Para falar bem a verdade, eu me arrisco em dizer que sim, foi o mais.
Os resultados individuais e de equipes provam escancaradamente essa afirmação, que se comparados com os anteriores caminhou numa linha muito mais perene e uniforme, puxando força em praticamente todas as equipes do grid.
Não muito tempo atrás, comentava e escrevia sobre Iran Lima e David Cezar como sendo pilotos de meio de pelotão, com suspiros e lampejos de bons resultados, nada concreto e nem algo a se colocar em ‘’primeira página’’. É claro, observando tanta gente e discutindo sobre cada um, sabemos quando o jogo pode virar.
Mas isso não depende de mim, ou das minhas palavras, depende de cada piloto e de como ele enxerga sua atual situação. A maioria tende a reclamar. Iran e David nadaram na contra-mão de qualquer palavra ou resultado e evoluíram numa escala gigantesca, tanto que, descobrimos que não só pilotam, mas também são grandes chefes de equipe.
Os lampejos foram se tornando vitórias com o tempo.
De pilotos intermediários para disputantes de título. A força empregada pelos dois e o equilíbrio de excelentes resultados os colocaram neste patamar. O que pilotaram foi algo absurdo, tanto que nessa última etapa (23) ambos tinham praticamente as mesmas condições de erguer a taça. O Canadá foi troiano e lhes deu um temporal de presente. Chuva torrencial a prova inteira. Nada de asa, nada de afobação, nada de erros.
Prova espetacular, digna de pilotos que fizeram por merecer nas seis etapas. Iran foi o campeão invertendo os papéis com David a todo momento, a cada troca e a cada safety car que surgia para agonia-los e fazer a Mercedes de David e André mexer os pauzinhos num jogo de equipe respeitoso e muito bem executado. Não esperava outra coisa de André, que foi um ótimo escudeiro o tanto quanto pode.
Como dois chefes de peso, a estratégia é o ponto mais forte de Iran e David, e elas foram mostradas durante a prova (sugiro que assista). Uma vitória e uma volta mais rápida premiaria o piloto da Mercedes, já o da Ferrari levantaria a taça ‘’apenas’’ com a vitória. Jogo acirrado entre pontuação geral, resultados e descartes e ‘’plus’’ de melhor volta
As disputas maravilhosas de ambos na pista marcadas pela caçada de David a Iran literalmente a corrida inteira! Não houve descanso, e quando as posições se inverteram a inteligência falou mais alto. Paradas com times ótimos, planejamento volta a volta e uma ultrapassagem de cinema de Iran sobre David na volta 41, por fora, abaixo de toda a chuva que caia.
Um espetáculo à parte que deu não só o título individual a Iranildo, mas também o de construtores a Ferrari dele, e Thiago Vaz.
Sem dúvida nenhuma hoje, estes são nomes dignos de aplausos.
A Williams pavorosa que todo mundo vira a cara e finge que não existe, foi um ponto alto o campeonato todo. Márcio Santos e Anderson Araújo buscaram sua evolução como piloto, (e que foi enorme) fazendo o pior carro do grid figurar entre posições inimagináveis para quem o guia.
Algumas equipes viveram gangorras entre seus dois pilotos, mas que no geral entregaram um resultado visto mais a grosso modo como excelente, colocando circunstâncias como parâmetro, a Haas, a Red Bull e acredite se quiser, a McLaren, conseguiram ir muito além do que se esperava. O destaque é de Tony, Fayol, Thiago e Léo Fera principalmente. Com o adendo de que a Red Bull poderia ter entregado resultados mais consistentes.
Enfim, tantas palavras podem ser tranquilamente resumidas em apenas duas, ou melhor, quatro, as outras duas são bônus:
Inteligência, equilíbrio, e Iran Lima.
CLASSIFICAÇÃO:
RESULTADO:
Não terminaram
Piloto destaque:
Piloto da corrida:
Por Mauricio Klippel