MUNDIAL F1 PEGASUS - ETAPA 20 - GRANDE PRÊMIO DE ABU DHABI - SEASON 03
Foi elegante
Cinco em um. Cinco anos compactados em um só. Esse foi Tiago Luz ao longo de 2021, acumulando experiências tão densas que vão desde ser um noob até ser um piloto de ponta e conquistar dois títulos mundiais com uma competência ímpar. Passou pela brutalidade de quem roda na curva mais simples do calendário para ser um perito em estratégias e conhecimento vasto de campo. Lógico, ainda há muito o que evoluir, ele mesmo é quem fala sobre isso, principalmente quando comparado aos pilotos da Fênix. Não importa, nas categorias em que os níveis são equivalentes ele foi o grande dono da bola ao lado de Alan que decidiu tomá-la para si em alguns momentos e mostrar seu brilhantismo. A quem diga que o campeonato poderia ser de qualquer um e estaria ótimo, bom, isso não procede. Alan é fora da curva sim, mas só um pode erguer a taça, neste caso Tiago tem mais méritos, o caneco tende a pesar bastante como critério de desempate.
Quando o piloto precisa apenas administrar para ser campeão significa que a grande tempestade já foi controlada por ele nos momentos mais decisivos, significa mais ainda que ele não decepcionou ao mostrar a que veio, que a preparação estava na estica e que quem entraria na última etapa com a corda no pescoço não seria ele. Abu Dhabi é a cereja de um bolo que foi preparado o ano todo com bastante carinho, dava para ver a firmeza de Tiago assim como a do próprio Alan, que aliás queria muito vencer a prova mesmo não sendo campeão, esse é um pensamento de vencedor. Aprenderam reclamões de plantão?
Como eu digo nessa época do ano em meus textos, falar de uma última prova é reunir os fragmentos e transformar num todo, falar isoladamente do que Tiago e seu excepcional rival, Alan, fizeram apenas em Yas Marina é completamente desnecessário, foi apenas um complemento. Tiago foi impecável o ano todo, mesmo errando algumas vezes ele conseguiu recuperar-se em seguida e devolver como pódio ou vitória o deslize de antes. Sem nenhuma dúvida ao falar, tanto ele quanto Alan elevaram o nível das rivalidades a um nível altíssimo, do tipo que usa as mãos, mas também a cabeça para desmontar o adversário.
Sobretudo Tiago encerra esse ano com o dever totalmente cumprido, sem ressalvas e nem arrependimentos, ele andou muito, cresceu como poucos, desviou de intrigas, foi um cara exemplar dentro e fora das pistas e hoje ele abraça dois mundiais não só por conta do pé fundo no acelerador e pelo xadrez vencido a cada etapa, mas principalmente porque se portou como um vencedor e vencedores são acima de tudo, elegantes.
CLASSIFICAÇÃO:
RESULTADO:
Piloto destaque:
Piloto da corrida:
Não terminaram
Por Mauricio Klippel