Quem não acreditava que a vitória estava batendo a porta de André Silva não entende de desempenho e evolução dentro da F1. Ele é a principal prova de que, treino e dedicação nos tornam consistentes e automaticamente nos colocam em outro patamar no que quer que seja que formos executar a longo prazo. Claro, no caso de André gostar de circuito de Austin ajudou e muito, mas o papo de vitória hoje passa longe do só ‘’gostar da pista’’ ou de pitadas de sorte. Ele realmente sentiu que poderia vencer e, quando assentou as borrachas no asfalto de vez, a briga passou a ser mais favorável do que nunca para o piloto que hoje andava de Mercedes. Era hora de fazer valer o fator de melhor carro, com a melhor pista, e tudo conspirando à favor da inspiração para um pódio inesquecível.
A primeira vitória na Reality veio depois de uma classificação sem muita esperança, porém conforme as coisas foram acontecendo na prova e, as posições se modificando de maneira frenética, era a chance de colocar o carro para brigar lá na frente. Rodrigo Trindade havia largado muito mal e, só se salvaria se uma corrida de recuperação viesse muito mais do braço do que dá Williams sofrível que tinha nas mãos. Menos um para se preocupar. É mais do que necessário pensar com cuidado nas estratégias a serem executadas, e torcer também para que as punições não desmontem sua prova quase que por completo. Andar no 100% exige concentração da primeira à última volta.
Estratégias? Cuidado? Gustavo Silva fez a melhor corrida desde que o acompanho por aqui. Largar na 11º posição e chegar na 2º é feito para pouquíssimos pilotos, ele destruiu qualquer expectativa. E foi na estratégia que deixou a vitória escapar e, um André voador ultrapassar. É inegável o fato de ter segurado o carro por incontáveis voltas sem trocar os pneus mas, não deveria ter retardado tanto a parada com um primeiro pelotão andando tão perto, bom, mesmo assim, na soma total das punições que havia falado, Eduardo Sá entregou a segunda posição a Gustavo. Foram oito, e custaram caro para o piloto da velha guarda que, só não chegou mais longe depois de várias e várias voltas na frente porque precisava mesmo parar, fez milagre com os pneus também.
O professor tocava sua Williams a vapor, torcia para que fosse boa nas retas, mas não acontecia de forma alguma e, depois de tantos problemas com equilíbrio, ainda conseguiu deixar o carro na 4º posição, espetacular. Bem, não há como não parabenizar muito mais do que já o fizemos a André Silva pela vitória. As paradas deram certo, as ‘’ultrapassagens foguete’’ sem enrolação e, uma faca entre os dentes o deixaram no lugar mais alto do pódio. Isso dá moral ao piloto que mais evoluiu no 100% junto com Fayol e Gerson Bolha. Mas André está mais que um degrau acima, diria eu que, com essa vitória, vários. Então, encerro com ele mesmo.
"Teve uma hora que pensei: Essa corrida tem que ser minha".
Mauricio Klippel