Mais uma vez o Japão aguardava os pilotos, agora, os do PS4. Corrida difícil como sempre é por lá mesmo que encontramos, carros escolhidos através de leilão num desempenho realista. Pilotar naquelas curvas tão abertas e de alta velocidade seria um desafio e tanto para quem não tivesse adquirido um carro tão bom assim, será mesmo? De forma incrível muitos pilotos nos mostraram que nem só de um carro vive uma estratégia, é preciso ter braço também, ainda mais quando um pequeno fator surpresa chega para dar as caras da melhor maneira possível, e diga-se de passagem eu adoro quando chega. A chuva dava um olá por Suzuka.
Eles foram pegos de calças curtas, e tiveram que mostrar um pouco mais do que já vinham mostrando pelo campeonato. Alguns gostam de andar na chuva, outros odeiam, o fato é que quando ela chega tudo muda. Eles não optaram por se esconder debaixo dos guarda-chuvas, seguraram o quanto puderam com seus pneus intermediários, e já na largada a bagunça foi feita. Toques para lá, para cá, gente saindo da pista, piloto abandonando, mas os nervos a flor da pele. As Mercedes deixaram as posições da ponta já no início do primeiro trecho. Méritos a Cauê Brito e Mauro Eugênio, a! gravem esse nome aí, é mais um belo piloto que que vem dar as caras pela Liga.
Quando as Ferraris se uniram entre quarto e quinto devido a muitas variáveis a briga entre eles foi impressionante, salvo aqui, que praticamente todas elas foram impressionantes. Cauê e Mauro, já diziam os sertanejos de plantão: ''Uma dupla de sucesso''. Obviamente que não seria louco em deixar de ressaltar a bela prova de Victor Salviano, andando de Williams, um dos piores carros do grid, e ainda assim teve culhão para segurar muita gente que vinha da segunda posição para trás, mesmo sendo mais lento pela questão de performance do carro. É perigoso na chuva e muito cauteloso. Ainda dentro dos destaques da prova, e evidentemente que não posso falar de todos, foi Ricardo Vargas, me impressionou a seriedade do piloto da Toro-Rosso na pista. Com estratégia montada ele foi muito corajoso ao terminar a prova de pneus intermediários quando já não havia mais chuva, resumindo, de décimo terceiro à sétimo.
Estar nos holofotes quer dizer estar na luz, estar sendo visto, até demais as vezes. Os que eram favoritos pela experiência acabaram sendo engolidos pela segunda vez pelo cara que come quieto e pilota muito. Mauro Eugênio dormiu abraçado com sua segunda vitória em três etapas. Quer dizer, ele sabe o que está fazendo na pista, como as coisas acontecem e de bobo não tem nada. Construiu uma grande vitória, e chegarão outras se assim conseguir manter a consistência, eu não coloco ninguém em pedestal e muito menos estou cravando campeão agora, mas ele tem tudo para estar nas cabeças. Daqui para a frente só poderá enxergar evolução.
Mauricio Klippel