Aposte no branco

MUNDIAL F1 FÊNIX - ETAPA 12 - GRANDE PRÊMIO DA HOLANDA - SEASON 03

Aposte no branco

Compostos lentos, e que baixam ao invés de aumentar a performance dos pilotos. Essa é a minha definição sobre os pneus brancos que em 99% das vezes não servem para nada, a não ser quando a estratégia é perfeita e o piloto sabe exatamente o que está fazendo. Digo mais, ele entra como protagonista em apenas uma condição: tudo precisa funcionar ao seu redor. Num momento de recuperação em que uma parada a menos se torna fundamental para a escalada do grid usá-lo pode ser a única solução, ou seja, é arriscado… Eduardo Cardoso foi o cara que conseguiu fazer os pneus funcionarem ao seu favor naquele 1% das vezes, sim, ele venceu muito bem e usando os famigerados compostos duros.

Não foi fácil até que pudesse chegar em Vini, e pelo caminho então, existiram várias pedras, daquelas do tipo grandes. Para uns o XP CARDS é um impeditivo onde se marca passo, para outros é a oportunidade de fazer um algo a mais, na história que conta a vitória de Dudu o sistema o favoreceu com a Mercedes, mas não na posição, e aí voltamos ao ponto inicial: até chegar em Vini ele teve de amaciar os pneus na marra.

A título de campeonato sua vitória não muda muita coisa no quesito individual, já que Leão é o líder com certa folga e dali para baixo temos uma trinca bem formada por Breno, Wandaick e Mautes, mas para jogo de construtores a dobradinha da reformulada equipe Alpha que agora é BGR, na conquista de Eduardo e o segundo lugar de Pedro Souza, as coisas ganham um ar de recomeço. Importante recomeço, diga-se de passagem.

Eu não tenho nenhuma dúvida sobre a condução de Eduardo na Holanda, tudo o que ele planejou acabou dando certo, não foi a moda Miguelão, foi pensado e muito bem executado num início de prova que tendia ser difícil para ele. Depois as coisas ficaram mais tranquilas, e isso é evidente, basta que prestemos atenção na firmeza da pilotagem do menino e os mais de 8s de diferença em relação a Pedro.

Andar forte com pneus brancos mesmo estando de Mercedes não é fácil, a performance precisa estar encaixada para ser executada ao máximo do carro, afinal, é um composto que oferece um desgaste muito baixo, o que é ideal para quem precisa subir o grid, mas necessita de bastante constância na velocidade e no encaixe do carro para que o tempo sobre quando os demais pararem, do contrário é remar sem sair do lugar. É, onde muitos acreditaram ser o fim da linha em estratégia, Eduardo viu como solução.

Vai de composto duro aí?