Não há favoritismo. E quando os motores roncam com seus sons de verdade, a parada é outra. Definindo carros e posições através de sorteio, a pilotagem pura se mostra como o ponto eficaz se incorporada a um carro agressivo. Lucas Yan que o diga, numa noite inspirada e com uma Ferrari matadora nas retas, deu gosto de vê-lo correr, imprimiu um ritmo muito forte desde a largada, deixou Fernando Muniz para trás e tomou conta da prova. Lógico que uma dose de estratégias não faz mal a ninguém, principalmente quando você consegue levar seus pneus até um limite e está tão a frente que, se a parada nos boxes for perfeita, você conseguirá sair a frente do rival em questão. Seria o cenário perfeito, e o toque de sorte fez com que fosse. Claro, a competência falou mais alto.
Eu me referi na transmissão a forma como conduziu a parada, mas a vitória consistiria também em segurar Ramon Lima, o que até então saia como o planejado poderia ser atrapalhado se o piloto da Red Bull tomasse a ponta. Foi uma briga insana entre os dois no fim da prova, com trocas de posições, defesas bem postadas e aquela vantagem que soa como música: O motor Ferrari. Muito superior nas retas, fez Ramon sofrer para se aproximar, e mesmo foi audacioso nas tentativas, porém a prova já tinha um dono aparente. Lucas Yan foi sem dúvidas o destaque no meio do todo.
Os muitos abandonos também tiveram seu papel de destaque, foram sete ao todo, sendo que a maioria já aconteceu de cara nas duas primeiras voltas. Pilotos consistentes ficaram de fora, pois é, a F1 tem dessas. Vendo por um outro viés, e dessa vez pelo de Rodrigo Trindade e o de Rafinha, a corrida meio turbulenta. O professor com uma Toro Rosso cheia de defeitos ainda conseguiu escalar o grid e buscar a 4º posição. Pontuando sempre, intercalando com as vitórias e assim fazendo gordura, foi realmente difícil para ele chegar tão longe, mas chegou. Já o menino Rafael com certeza não ficou satisfeito com o 5º lugar, até porque, seu eterno e principal rival tinha um carro tão ruim quanto a sua sofrível Renault que, não se destaca em nada e, ainda assim ficou uma posição a sua frente. Quando a briga é mais com o próprio carro do que com os adversários de pista a corrida se torna um martírio.
Com sua flecha prateada, veio Luiz Ramone, evoluindo muito com o passar do tempo, foi buscar um pódio, e mostrou que está vivo no 50%. Já não bastasse esse batalhão de pilotos brigando pelo título, parece que a cada prova outro se junta. Só tenho que terminar como comecei. Não há favoritismo.
Mauricio Klippel
Qualificação (posições e carros decididos pelo sistema XP Cards):
MARCOS STRONG NÃO PARTICIPOU DA PROVA
Resultado:
Pilotos que não completaram: