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A mudança drástica de postura coloca Tiago Luz diante do Internacional

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Depois de duas partidas pelas quartas, horríveis, com nível técnico muito abaixo do cinco, as coisas pelos lados das semi, melhoraram. A verdade é que nem parecia o mesmo Tiago Luz de antes, e tudo isso se deve a mudança de postura técnica e tática, isso quer dizer que está perfeito? Não, de forma alguma, ainda constata-se muitas falhas, principalmente no sistema defensivo com o adiantamento desnecessário das linhas, tomando uma caçamba de bola nas costas.

Mas pelo menos, a vontade de propor o jogo voltou a surgir. Também, se não tivesse feito, teria deixado a vaga para Maicon e seu River Plate, que encabeçaram uma grande parte dos lances ofensivos, nos dois jogos.

Faltou pontaria e passes certos. Sobrou preciosismo e movimentação. Mas no fim das contas foram dois jogos muito bons, com propostas de jogo aparentes, ninguém ousou se esconder.

OS JOGOS

No estádio Monumental de Núñez, casa do River Plate, não poderia ser diferente se não fosse o dono da festa atacar primeiro, e aconteceu sim, um ataque à primeira vista, mas não foi dos donos da casa, e por aquele caminho, já dava para sentir que Tiago estava pensando diferente, e não só isso, agindo, principalmente. Todos, ou praticamente todos, os homens de meio subiam quando estavam com a bola, e esquemas assim exigem muita velocidade e compactação na hora de recompor. Bem, a bola puniu cedo, e no primeiro ataque do River, Scocco guardou na casinha. É o preço que se paga por jogar de peito aberto.

Veja bem, o melhor tipo de jogo para mim, é este mesmo, para a frente. Mas não esqueçamos por favor, que precisam-se de pessoas para compor a defesa.

Mas eu confesso que a surpresa que Tiago provocou ao continuar indo para cima sem medo e sem abatimento pelo gol precoce, foi de um todo muito gratificante. Um minuto depois, no contra-golpe, deixa Vargas em posição legal e livre para empatar o jogo. Gol providencial fora de casa.

O primeiro tempo foi bastante frenético, com investidas de qualidade e muitas propostas de jogo, nem todas deram certo, mas foram colocadas à mesa. Os erros de passes são uma marca negativa do hardcore, parece um tabu, e aqui, mesmo dentro de um jogo tão disputado, os passes dados de presente ou para os fantasminhas em campo foram em demasia.


 
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O River de Maicon brincou de ser preciosista. Não fez mais, porque faltou capricho.

Quem ajustasse um pouco mais seu sistema de retenção daria um passo à frente. Tiago deu este passo. Ao invés de passo, foi num passe, como de mágica que ele voltou com um Tigres bem diferente para a etapa complementar. O tempo foi todo seu, corrigiu os problemas para infiltrar, de fato encontrou espaços, mas não os arremates. O time passou a jogar muito pelas pontas, e mesmo com grandes problemas de conclusão, não se apequenou e buscou as melhoras dentro de campo.

1 a 1, e uma dose cavalar de preciosismo. Pelo menos fez gol fora. A correria agora seria por parte de Maicon, para fazer, e não tomar.

Estádio Universitário, azul e amarelo. Gol fora e vantagem para os donos da casa.

Por incrível que pareça, as coisas começaram da mesma maneira que no Monumental, ataque do River e muita, muita pressão inicial, incluindo uma bola perdida por Scocco que nem eu perderia. A famosa “trocação de bola” aconteceu no meio campo como poucas vezes vi, hora por passes diagonais em tentativas de saídas rápidas, hora por erros causados pela ansiedade de marcar um gol logo, bolas curtas perdidas jogadas para ninguém.

Mesmo assim, víamos propostas naquilo tudo, dois times jogando para frente e que precisavam do gol para sair da zona de perigo. A infinidade do preciosismo argentino assustou, quando encontrou os furos nas blitz impostas pelos mexicanos, tratava de bater para fora ou consagrar o competentíssimo goleiro Nahuel Guzman, acionado bem por Tiago. 0 a 0.

Apesar de tudo, Tiago conseguiu fazer aquilo que lhe coube fora, e em casa. Construiu um placar a seu favor, melhorou o time, construiu algo de relevância sobre as duas partidas. Encontrou um esquema que lhe possibilitou armar os pontas à frente e levar perigo. Está na final, passou por um belo teste de fogo que veio também acompanhado de uma bola na trave.

O grande pulo aqui, é consertar o alicerce para não cair o barraco.

Mauricio Klippel

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