Com toda a certeza que me compete, e com toda a observação que fiz desde a primeira corrida desse campeonato, tenho total embasamento para falar do campeão da temporada. Francisco Oliveira não conquistou o título quatro provas antes na sorte, de forma alguma! O que ele tem é conhecimento de sobra e uma competitividade gigante que até amedronta seus companheiros de pista. Treinar também é fundamental, e é justamente treinando que o piloto se conhece, aprende com seus erros e forma sua personalidade na hora de tocar o carro. É importante também para que se observe onde cada detalhe deve ser alterado se tratando de pneus, freadas, aceleração e tudo o mais, e ele só chegou até aqui, por ter feito tudo isso conforme manda a cartilha da F1. Não existe outra forma de conhecer as pistas, se não as sentindo.
O GP de Austin nos EUA tinha sido adiado, uma pena, é dos meus preferidos. Mas uma coisa boa nisso tudo é que não deixou a desejar quando aconteceu e mesmo com alguns pilotos torcendo o nariz pelo estilo da pista, eles acabaram por dar um show. Com sua sequência de curvas de alta extremamente perigosas é preciso ter controle e evitar punições em excesso, as subidas com pontos cegos também dificultam o percurso. Quem disse que eles ligam para isso? Fayol, André, Fernando, Toninho e Rezende que o digam, fizeram uma briga espetacular para narrador nenhum botar defeito, deixaram o mesmo quase sem voz, foram mais de dois minutos de trocas de posições constantes e com pé embaixo. Haja fôlego na hora de narrar tudo isso! E dentre todos os envolvidos Toninho foi quem se deu melhor, mantendo uma constância de dar inveja nas últimas provas conseguiu chegar em terceiro, fazendo seu feijão com arroz, mas com um toque especial de tranquilidade.
Uma pena mesmo é ver dois pilotos muito bons como Bernardo Fernandes e Matheus Bonotte abandonarem pelo excesso de punições. Inadmissível. Pior ainda para Matheus, um piloto de muita personalidade, rápido, agressivo mas que deixou o terceiro lugar pelo volume de vontade exagerado. As vezes isso chega no teto dos limites, mas com toda a certeza eu ainda quero o ver nas cabeças, anda muito e tem grande futuro por aqui, assim como o próprio Bernardo.
Mauricio Klippel