MUNDIAL F1 PEGASUS - ETAPA 03 - GRANDE PRÊMIO DA ESPANHA - SEASON 03
A crescente que permanece e, a que precisa permanecer
No mundo das competições, infelizmente o que vale, o que importa lá no fim das contas, é o resultado. É isso. No mundo das análises o que de fato importa é o caminho que se percorre até chegar a ele. Felizmente para alguns e infelizmente para outros, esses dois mundos jamais andaram separados.
A crescente que permanece é sem dúvidas a de Tiago Luz. Seus altos e baixos dentro das pistas hoje são totalmente defensáveis e compreensíveis, bom, pelo menos até agora. As subidas são muito consistentes e as descidas tem uma proporção que passa longe do brusco e amador, elas podem ser consideradas apenas como circunstâncias, sejam de algum pequeno erro seu ou de um terceiro, o que é muito comum no A.V.
Na Espanha ele foi muito bem, foi além do “bem convencional”, e isso só acontece quando a vitória passa perto de ser consumada. A corrida no circuito espanhol só foi boa e equilibrada no quesito estratégia e performance, porque Tiago já chegou no degrau da evolução em que ele consegue analisar o que pesa e o que não pesa, ou seja, ele sabe separar o joio do trigo, o que funciona e o que não funciona.
Foram muitas voltas segurando e mantendo Tássio Pimentel e sua Mercedes atrás, segurando no jogo duro e defendendo muito bem contra o melhor carro do grid, sabendo que seus pneus brancos são os piores em performance. A estratégia foi arriscada, mas quase deu certo, a pilotagem prevaleceu ao equipamento e aos compostos que só prestam mesmo para ir daqui a China sem troca. Tiago uniu o que não é muito comum de se unir: performance, pneus brancos e uma quase vitória.
Obviamente, a crescente que precisa permanecer é a de Tássio Pimentel, que sim, é um bom piloto mas que ainda sofre com a boa e velha inconstância de resultados positivos ou super-positivos. Ele venceu sendo quase absoluto na Espanha, foi seguro a corrida inteira e entregando na pista o que seu carro lhe permitia entregar. Não se engane, só um carro não coloca ninguém no topo do pódio, é necessário um piloto de qualidade. Tássio é.
A briga dele com Tiago foi o que não deixou que fosse absoluto, porque em todas as outras que entrou foi rápido, rasteiro e muito, mas muito certeiro. O conjunto Tássio e Mercedes respondeu da forma que tinha que ser, com punições quase inexistentes e uma frieza na hora de ultrapassar Tiago faltando duas voltas para acabar a prova.
Não sou eu louco de dizer que Tássio venceu pelo carro que tinha, jamais! O equipamento ajuda quando o piloto é competente, o que se analisa aqui é que a sua crescente precisa e deve permanecer forte para que o título se torne algo palpável de fato e não apenas uma vitória isolada que ficará gravada no Youtube. O momento é o certo, como escrevi em outras colunas, recuperar o que foi perdido no começo, com uma vitória, é um ponto chave.
Só constância e consistência salvam.
CLASSIFICAÇÃO:
RESULTADO:
Piloto destaque:
Piloto da corrida:
Não terminaram
Por Mauricio Klippel