O homem que tudo faz
Ricardo Vargas
Todos que compõe o time da Reality de alguma forma já tiveram algum espaço especial traduzido pelas minhas palavras, bem, sendo sincero mesmo, quase todos! E quando digo "especial" não falo dos textos analíticos que contam as histórias das provas, as vitórias, ou o que quer que esteja relacionado a isso. É muito maior, e só existe um jeito de compreender ou tentar compreender pelo menos um pouco do que não vemos, e é falando não do piloto, e sim do ser-humano.
Para começo de conversa, o assim intitulado "o homem que tudo faz", é Ricardo Vargas, a figura que vemos em todos os cantos da Reality, agindo por trás e pela frente dos panos. Há quem o chame de "tapa buraco", eu com certeza prefiro o termo: profissional versátil. Ricardo não é um simples substituto de algo, ou de alguém, ele conhece todos os processos de execução de maneira ampla. Sabe onde agir e como agir.
É admirável ver alguém que jamais havia desempenhado uma função como a de comentarista por exemplo, o que não é nenhum pouco fácil de fazer, simplesmente virar a chave e executar. O tempo e a prática o fizeram evoluir largamente. Poucos têm a humildade necessária para ouvir alguém que sabe um pouquinho mais e não deixar o ego ser o diabinho no ouvido. Ricardo ouviu, e o resultado é um profissional que cresceu muito na função, e que simplesmente e competentemente faz! Que não se importa nenhum pouco com o que pensam dele.
O cara de gênio divertido e até meio nervoso, às vezes, é de um coração enorme, de grandes atitudes, longe da perfeição, é óbvio! Mas o senso de equipe de Ricardo vai além da Reality, de pensamentos egoístas ou de dinheiro. O pensar no próximo e nas dificuldades que ele possa estar passando também é uma das suas grandes características.
A amizade com Tiago Luz é de longa data, para mais de 20 anos. Antes do colaborador existe o amigo, alguém que compartilha do mesmo sonho desde que ele ainda estava literalmente no papel.
Na cidade de Vacaria (que eu conheço muito bem) Ricardo acompanhava as primeiras organizações de campeonato, a distância mesmo, no modo raíz de se fazer as coisas. O futebol foi o início de tudo, e obviamente não havia qualquer tipo de sistema para gerenciar as pontuações que não fosse a sua própria cabeça, uma caneta e um caderno. Todas as informações de categorias estavam lá.
Imagine você, gerenciar toda a parte interna de um campeonato na base do papel. A quantidade de cálculos complicados e que de maneira alguma podem ter seus resultados oficiais errados, correndo o risco de queimar seu filme como profissional e ainda por cima o da empresa, que seria taxada de desorganizada e quem sabe até fraudulenta.
Os pontos, artilharias, saldo de gols, o arruma desse, aumenta daquele, time a time, chave a chave, cruzamento a cruzamento. Bom, foi um tempo nesse ‘’sofrimento’’ até as coisas mudarem.
O atendimento à distância e individual para cada um dos clientes, isso claro, inclui tirar todas aquelas dúvidas que nunca param de chegar é mais uma das funções executadas, ou seja, ainda é necessário dar conta de partes administrativas, direção de categoria, e ainda pilotar com o intuito de vencer provas e crescer como piloto.
Quando as coisas foram mal, quando a crise bateu, e os problemas financeiros chegaram como um soco do Mike Tyson bem no estômago, a família não pode esperar, as contas não deram trégua e o dever como homem bateu a porta e lhe colocou outra função nas mãos. Como eu sei disso? Ora, porque também senti esse gostinho. O fato é que, mesmo trabalhando em outra coisa, totalmente diferente, Ricardo não deixa em nenhum momento de dedicar suas madrugadas a Reality, seu tempo livre, e seu amor à camisa, que aliás, só cresce, são em grande parte voltados ao futuro que ele enxerga na empresa.
Ele diz com todas as letras que foi o primeiro a acreditar nisso tudo. Que foi um dos grandes apoiadores e incentivadores do projeto então chamado "Reality TV", quem lembra desse nome? Esse é para os fortes! E mesmo sem dinheiro para investir no negócio, a sua colaboração foi e é maior do que qualquer valor monetário, mesmo abaixo de dificuldades, de anos ruins.
Hoje ele tem uma pequena parte da empresa, e um ano complicado faz parte de quem sonha grande. Muitas coisas mudaram, a Reality cresceu em grande escala, o Professional garantiu um patamar que já é imitado por muita gente, e é claro que o coringa Ricardo Vargas está presente como nunca em cada uma dessas mudanças. Ricardo vai do futebol ao Call Of Duty.
Esse texto é um pequeno feliz aniversário atrasado (09 de novembro) e um reconhecimento de toda a equipe por tudo o que Ricardo representa e faz pela Reality, sobretudo, pelo que ele acredita.
"...Há quem o chame de "tapa buraco", eu com certeza prefiro o termo: profissional versátil"
Ou, "o homem que tudo faz".
Por Mauricio Klippel