Sobre “cantar a pedra” e acertar o alvo: o dito popular me apoia para reforçar a tese sobre o enorme crescimento de Victor Roldan. Eu afirmei durante a transmissão de ontem (21) que sua amostragem meio/fim de 2019 havia sido nada menos que excelente. Com uma competência tão grande que foi capaz de peitar na pista os cachorros grandes, vencer, e ser indicado aos melhores do ano.
Então, a tal regularidade só me pareceu possível por conta dos treinamentos. Não seria diferente em 2020, pelo não era o que eu esperava. Dito e feito. Um começo de gente grande, briga por Pole, largada impecável, carro completamente inteiro e nenhum segundo sequer de punição. Só o fato (como se fosse pouco) de ele não ter se envolvido em acidente na largada e acompanhado Léo e George em tempo integral já fez com que fosse para mim, o piloto da corrida.
Hoje, quando vemos em um campeonato o trio de ferro: George, Léo e Kléber -que por sinal são da mesma equipe, a Boteco Virtual-, é natural que venha a cabeça um pensamento automático reforçando a teoria de que pela fase dos mesmos, um deles será o vencedor, sabendo e conhecendo todas as variáveis da F1.
E que variáveis!
No natural descambo de Mautes e Silveira, Roldan manteve-se atrás, porém muito perto, o tempo todo, a inteligência deveria ser maior que a vontade de ultrapassar, e foi. A briga entre os companheiros de equipe é algo de cinema, dois pilotos de extraclasse que atingiram um nível muito perto do fabuloso. Trocando de posição o tempo todo, limpos, rápidos e técnicos, eles nos deram um show enquanto lá estavam. Sinceramente, ninguém esperava menos.
Acontece que a magistral paciência e visão de Victor o fez esperar, a hora certa poderia chegar, e se não chegasse seu pódio estaria garantido, mas todo o bom piloto precisa estar atento, ser malandro no bom sentido, e ele foi. O enrosco de Léo no retardatário o atrasou, e Victor passou, adeus ao undercut planejado por George.
Silveira é agudo, muito agudo, e de certa forma isso o prejudica, os míseros, 3 segundos de punição que tomou já foram suficientes para ceder a vitória a Roldan, que bravamente acalorou a disputa e até conseguiu passá-lo por um momento.
Não houve jeito, Roldan foi impecável e seu treino intenso durante as férias o colocaram como candidato sério a título. Seus companheiros reconhecem a façanha, hora de aumentar o rítmo.
Mauricio Klippel
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