Antes de mais nada, dos dezenove pilotos começaram a prova, apenas oito terminaram. Mas existe uma explicação para isso, e neste caso, apenas neste caso, vale salientar o fato de que muitos deles não são adeptos do F1, e outros não estão acostumados a andar sem qualquer tipo de assistências. Valeu pelo esforço em completar o grid, correr o máximo que puderam e ficar sabendo como as coisas funcionam. É difícil, muito difícil, mas eles estavam lá, e este é o ponto fundamental.
Dentre os que permaneceram apareceu Kleber Machado, ou Kleber Tupetti, ou apenas: o Samurai. Faltava a ele a primeira vitória por aqui, felizmente e competentemente, agora não mais. De baixo de chuva na pista brasileira, o que mais impressionou aos meus olhos, foi a façanha de ter completado a prova sem tomar qualquer punição. Ok, muitos pilotos já conseguiram o mérito, mas a chuva é um agravante nessa história, e sua insistência categórica e ao mesmo tempo agressiva na briga pela primeira posição deixaram tudo muito mais tenso e propício a erros
Sem o "s", seu erro foi apenas um, e aconteceu na abertura da última volta, perdendo o carro e aumentando a distância mínima de tempo permitida para que pudesse vencer, em relação a Salviano, que carregava ali, três segundos de penalty.
Aliás, que senhora corrida fez Victor Salviano. Defendendo de forma cirúrgica, na chuva as investidas perigosas de Kleber, tanto que o segurou até o último suspiro, cruzando na frente, porém perdendo pelas punições.
Foi construída, foi solidificada com o passar do tempo. Mesmo não sendo em um campeonato, vencer sempre é bom, traz ânimo novo, e para Kleber, era o que estava faltando para que pudesse encerrar bem um ano tão produtivo, mas que até ontem, faltava a vitória. A categoria Spartans visa um nível altíssimo de competitividade, com o “plus” de termos equipes disputando a taça. É um degrau bem alto o qual se sobe aqui, com gente muito competente e aparentemente com sobra de comprometimento.
Falta nitidamente, treino. Sem ele ninguém pode fazer mágica. A categoria é muito difícil, e desponta-rá, aqueles que devorarem o volante.
Mauricio Klippel