Eu não sou o mais ‘’faceiro’’ dos jornalistas, mas sei reconhecer a grandiosidade de um piloto, de vários pilotos, ou até de uma prova inteira, quando assim fizerem jus. Algumas ocasiões merecem ovação, não há dúvida.
Quem teve a oportunidade de acompanhar ao vivo a sensacional corrida em Interlagos, da categoria PRO, do PC, vai entender este parágrafo inicial. Se não, melhor procurar assistir golfe virtual, lá sim tem emoção.
Bem, que amontoado de ultrapassagens! Uma melhor que a outra! Sem falar que no meio disso tudo, e não menos importante, estava a grande chance de Raphael Lobo encerrar no Brasil como campeão. Seria sim, fantástico. Por pouco não aconteceu, mas por pouco, mesmo. Sua largada foi de Red Bull, lá do fim do pelotão, claro, algo pensado com antecedência para colocar fogo na parte final do campeonato, que só daria certo se o/os piloto/s em questão tivessem capacidade de ‘’matar a bronca no peito’’. E sabe de uma coisa, ali sobra capacidade.
Lobo subiu degrau a degrau, escalou um grid muito forte na base do talento e da estratégia. Encerrou em segundo e colocou o nome enterrado na primeira posição da tabela geral. Faltou um fio de cabelo, fio este, que seu companheiro de equipe, Arthur Luiz, carregou entre a mão, e o volante.
Não abriu estas mãos, não largou o osso, e venceu. Venceu de maneira grande, sendo inteligente na largada e assumindo a ponta para praticamente não mais sair. Lógico, abrir vantagem seria necessário para realizar mais tarde sua parada, e ele abriu, e quando o temporal chegou ele manteve a barata no chão e no seu último suspiro, logo após ser ultrapassado por Raphael, ele repassa, e desta vez para consolidar uma vitória importante para si e para sua equipe. Duas performances enormes, principalmente a de Arthur.
Lucas Cordeiro parecia estar no ‘’modo indignação’’ dentro da pista, parecendo o famoso Pac-Man, engolindo quem estivesse a frente, isso incluiu uma linda ultrapassagem sobre Rodrigo Melo, quando brigavam pela oitava posição. Parece-me que Ramon deu adeus ao título, porém Paulo, não, ainda dá, mas Lobo precisa pontuar muito pouco ou nada para que isso aconteça, e Jah Jah, fazer o completo oposto. Outro que andou muito no Brasil.
A chuva acabou vindo forte, e nos trouxe, com o perdão da analogia, ‘’uma enchente de brigas incríveis’’, não é exagero falar das 71 voltas como um todo, valeu a pena, eles foram dignos de Interlagos, inclusive aquele que é muito esforçado e talentoso, mas que tem tido um misto de prazer e agonia. Henrique Aires, do Céu ao inferno na gangorra da incerteza. Ele não percebeu, mas sua briga é consigo mesmo.
Duas menções muito importantes aqui: Pedro Raso e Northon Motta. O primeiro cortando o asfalto como nunca antes vi, o segundo, muito firme e com resultados sempre a serem respeitados nos últimos tempos.
Será ilusão? Tudo isso vai cair por terra em Abu Dhabi?
Mauricio Klippel
Classificação definida pelo sistema SURPRESA:
Resultado:
Pilotos que não completaram a prova: