Não, não estou aqui batendo panelas para que a partida seja refeita. Ela encerrou, Internacional campeão e ponto. As palavras - outro final - querem dizer que poderia e deveria ser decidida como outras inúmeras que por aqui passaram. Injustiça tremenda que não há de quem cobrar. Final com o espírito de Libertadores, um 2 a 2 de tirar o fôlego, e um maldito bug que obrigou Tiago a tomar uma decisão audaciosa.
Pênalti claro. Um carrinho por trás aplicado dentro da área. O árbitro não marcou.
Bem, seguimos. Vamos falar sobre a melhor parte do jogo, depois voltaremos a discutir o assunto. Nitidamente Tiago mudou a postura. Em todas as partes do campo vimos um time muito agressivo, porém, bem ajustado. Nem perto da partida de semifinais. Pontas fazendo papéis avançados, infiltrando pelas costas, tanto que o gol do Tigres saiu aos 3 minutos apenas. Um golaço de cabeça. Sem chances para qualquer reação do goleiro colorado.
Para os amantes do futebol ofensivo, assim como eu. Ou melhor, para quem gosta de times que propõe jogo, não foi somente o Tigres quem agrediu, O colorado de Daniel Rezende tinha cartas na manga, e foram elas, que dificultaram a vida da defesa mexicana.
Já disse um milhão de vezes, que para romper times compactos são necessárias duas alternativas. A primeira e muito menos eficaz, é a do festival de balonismo. Bolas e mais bolas alçadas na área. E a segunda, da qual Daniel se apropriou com eficácia, é a de romper as linhas com jogadores de qualidade individual. Perfeito. Ele o fez. E assim empatou num golaço.
Não foi amador. Foi pés no chão. E somente por ser assim, conseguiu rever a partida e encarar o belo time de Tiago. Palmas para quem sabe propor jogo. O colorado era genérico, jogadores sem nexo algum, mas não importa, seja quem for, vale quando se encontra o melhor dentro das características.
A trocação de passes por vezes ficou ansiosa. Luz queria matar logo a partida, e aos 30, faz outra bucha de cabeça. Este sim, enorme vacilo dos vermelhos. Dois gols de cabeça em bolas paradas é falha, não tem desculpa.
Agora, entre tapas e beijos, saíram grandes jogadas, defesas monumentais e bons dribles. Mais uma infiltração colorada, zagueiros tontos, e outro golaço, desta vez o de empate.
O que estragou a partida, foi o enorme bug do FIFA. O pênalti não marcado de maneira absurda, teve consequências. O jogo parou, e quando voltou Tiago age pelo fair play, faz gol, contra. Maaaas, felizmente através de uma conversa decidem retomar ao gol de ouro. Aí sim, vitória do Inter.
A penalidade poderia ser defensável. Então, a medida de recomeçar foi a melhor a ser tomada. A partida esfriou, e os players também. Poderia ter sido diferente. Afinal, foi um jogo lindo de se ver.
Mauricio Klippel