Sabem o que representa o Grande Prêmio dos EUA? Para alguns pilotos talvez nada, ou só mais um para cumprir a tabela, para outros é desafiador, instigante e muito, mas muito difícil. Para mim representa a melhor pista da atualidade, fique você bravo ou não. Tenho o Circuito da Américas como meu preferido, por ser tão dinâmico e proporcionar tantas coisas interessantes numa mesma prova. Inclusive o clima é instável, as áreas de escape são imensas e a pista totalmente aberta. Então, sabem o que me fez dar esse título a coluna? Bom você vai descobrir agora o que uma dupla de pilotos que tem sede de vitória pode ser capaz de fazer. Peço licença ao demais pilotos que são tão especiais quanto, para descrever os fatos em especial.
Não há como ser diferente, nem seria eu louco em não dedicar esta humilde coluna a uma das maiores disputas da existência da Reality, e claro, a os pilotos que assim a fizeram ser insana, dramática e com fogo nascendo em meio a chuva de Austin. Rafinha já começara bem por ter feito uma bela pole, logo sobre Rodrigo que sempre tem vantagens por seu modo de pilotar que todos conhecemos de cor. O apagar das luzes seria crucial para que ele se mantivesse firme em toda a disputa já que a chuva dava trégua na largada. E é aí que as coisas começam, isso, exatamente isso, a briga ferrenha entre Trindade e Irineu começou na largada e durou muito mais de vinte voltas, diria eu que, durou as vinte e oito que a prova proporcionou. Acredite, isso não acontecerá tão cedo, não por tanto tempo em disputa. Ali não existe somente uma rivalidade vazia, é algo entre amigos de pista, que se respeitam acima de tudo, mas que colocam a sede de vencer como belo carinho no ego.
Eles sabem que são diferentes, e Rafinha fez tudo certo dessa vez, levou Rodrigo ao quase desespero nas tentativas de passar pelo muro que já vem sendo construído por ele como principal característica. Sua percepção de defesa é incrível, e o piloto da Red-Bull teria de ser o professor mais do que nunca. Lembrando que o desempenho era realista, o que torna tudo ainda mais alucinante. Como é de praxe, veio a chuva, e em meio a tantas trocas de posições e os "X" executados de forma perfeita por Trindade, era hora de trocar os pneus, e até nos boxes a coisa ficou preta, parando juntos para a opção dos compostos intermediários.
A chuva aumentou dali em diante, a tensão também. E mesmo assim vimos duas feras brigando como loucos naquela velha dose cavalar de rivalidade que já vem de algum tempo mas que agora se potencializava ainda mais. Não era a hora de desistir, e nem poderiam, quando Rafinha colocou sua Mercedes a frente de Rodrigo cabia a ele buscar o prejuízo. E buscou. Na volta de número vinte e seis ele recupera a posição mostrando que sabe dar uma aula como ninguém. Eles reconhecem que a tensão sentou ao lado nesta noite, e mais do que nunca cravam uma rivalidade que não esqueceremos. Nem se quiséssemos. Absurdo!!!
Mauricio Klippel