Grande Prêmio de Singapura, última etapa da primeira temporada, pilotos exaustos, narrador e comentarista nem se fala. A prova mais cansativa da temporada estava prestes a começar, e lógico, nós iríamos encarar como sempre longas horas de transmissão. Longas sim, tediosas, jamais. Muitos pilotos infelizmente já haviam desistido depois de terem cumprido seu papel ao longo do campeonato, porém, outros guerreiros permaneceram firmes e fortes, como Gerson, Fayol, Matheus, André e por aí vai. Nada melhor do que a primeira corrida noturna da história da F1 para encerrar um ciclo vitorioso. A chuva deu um susto, deixou tudo mais tenso e divertido. O que ficou foi que, Vinícius é o vencedor da noite.
Agora vai!, vai sim!, ora, tem que ir! Matheus Bonotte, o piloto que tanto recebe elogios meus, esteja ele se importando com isso ou não, fez uma pole position absurda, dois segundos à frente de Vinícius, estava disposto a recuperar e a reparar todos os erros cometidos ao longo da temporada, erros estes, que acabaram com algumas de suas melhores provas. Tudo certo até aí, Estratégias dando certo, carro voando numa pista muito difícil, paradas cirúrgicas em tempo nos boxes, e o comentarista dizendo várias vezes: A noite é dele. Mas não foi. Traído pela internet que ‘’caiu’’, não conseguiu voltar para assumir o carro, e infelizmente a primeira temporada se encerra com mais cara de aprendizado para a próxima, do que com jeito de alívio.
Não foi uma corrida ‘’plástica’’, cheia de ultrapassagens e manobras de tirar o fôlego, foi tensa mesmo. O que a deixou bonita foram as luzes do circuito de Yas Marina, que espetáculo!!. Já vimos por aqui disputas infinitamente melhores, mas bem, era o que tínhamos. Foram ao todo seis abandonos, e não era para menos, chuva, retas curtas e muitas curvas, era trabalho para deixar o carro na pista. Os ‘’ excelentes pilotos oportunistas’’, foram o destaque da prova, eles não tem nada a ver com os abandonos ( não dessa vez ). Enquanto seus adversários abandonavam, eles lutavam contra uma pista molhada. Lucas Araújo, que pilotagem incrível, segurou o carro o máximo que pode na base do joystick!!, Tudo poderia dar errado no começo, infelizmente, aconteceu no fim, mas foi guerreiro, foi diferenciado.
Gerson Bolha, o piloto que mais evoluiu ao longo das dezenove etapas foi um gigante. Aprendeu com os próprios erros e cresceu tanto, a ponto de vencer uma prova e quase vencer esta também, salvo um pequeno erro, faz parte, vem muito forte para a próxima. O nosso vencedor, outro moleque abusado, que não se intimida com os veteranos da pista, afinal, também é experiente. Vinícius, o popular ‘’Todynho’’, venceu com os méritos de ter permanecido na pista, de não ter se envolvido em encrenca e aproveitado o erro de Gerson, claro, os pneus estavam de acordo. Já os bicos, eu perdi a conta de quantas vezes eles pararam para trocá-los. É muito bom ver uma nova geração vencendo, como no caso dele, que sabe disputar sem atrapalhar os outros, pelo menos foi o que vi durantes as etapas em que participou. Sempre ‘’nas cabeças’’ de pelotão, ele incomoda bastante, mesmo aos 16 anos prova que, idade é só um número.
Passamos por esta etapa fazendo amigos, conhecendo grandes seres humanos e aprendendo uns com os outros. Voltamos com tudo na próxima, melhores amanhã do que fomos hoje. Aos pilotos que continuarão, por favor, deem o melhor de si, não abandonem os grids, sejam leais e competitivos, e claro, não destruam mais, Ferraris. No fim das contas, cruzamos todos juntos pela linha de chegada.
Mauricio Klippel