Já diz aquele velho e batido ditado: ‘’Quem está na chuva é para se molhar’’. E quem não tem o menor medo da água de Interlagos é o próprio Victor Salviano, que conseguiu com muitos méritos vencer a segunda seguida e incendiar de vez a disputa pelo título do campeonato. Não foi nem de longe uma vitória atribuída à sorte como acontece muitas vezes, não, hoje ele foi inteligente em todos os aspectos que lhe competem como piloto. Agora já são 239 pontos, ou seja, 33 a menos que o líder do campeonato Mauro Eugênio, que aliás também deu o melhor de si, como já é de costume de quem pensa sempre na vitória.
Poderia estar eu dizendo aqui: ‘’ Vejam só, ele teve ajuda de um bom carro, com um bom motor para sair vencedor’’. Mas não, ele venceu de Force India, uma vez que obtiveram os carros para esta etapa através de Leilão, então sendo mais específico ainda, era uma Force India, com desempenho real, na chuva, e com superioridade de potência muito maior contra ele. Era a hora do braço e da estratégia. Era quase que uma obrigação que ele voltasse a vencer, se assim quisesse continuar na briga pelo título, Mauro já tinha feito bastante gordura, e não é do tipo que entra na pista para passear, uma prova disso foi chegar em quarto colocado de Haas, e brigando com gente grande tirou tudo o que o carro poderia dar na ocasião.
Com um Setup incrivelmente alinhado para chuva, Victor apostou muito na estratégia de uma parada e conservar seus pneus intermediários para o máximo que pudesse, foram bem mais de 20 voltas. Depois de assumir a ponta as coisas mudaram e sob tanta água que caía no circuito brasileiro, ele se mostrou mais do que preparado, a bem da verdade ele está pronto. Com relação aos outros pilotos que desempenharam um ótimo papel, não dá para esquecer do Fayol e da firmeza que vem adquirindo, principalmente no PS4, seu irmão Endriw também não é nenhum bobo e sabe o que quer na pista. Ricardo se manteve muito firme no meio do pelotão, com dificuldades é claro, mas não abandona, isso é o mais importante.
Daniel Furini foi o segundo colocado, e fez valer a sua estratégia de uma pilotagem tranquila e de análise da prova, melhor posição até aqui, trouxe o carro para casa e ganha mais moral até o fim. Gostaria de ter visto um resultado melhor para o Ilto Pessoa, mas infelizmente não posso pilotar por ele, nem que eu soubesse. Largando na pole ele acabou rumando para o lado errado da coisa, isso se submete ao equívoco na hora da troca, que ele deve ter esquecido o composto, o que fez parar outra vez e perder muito tempo. A ansiedade de recuperar as posições o fez bater na volta 29, uma pena, mas faltou atenção. Correr na chuva exige uma técnica diferente, e cada um tem a sua, mas a é a de Victor Salviano que tem se sobressaído. Ele está sempre com um guarda-chuva no cockpit.
Mauricio Kippel